Toda doença que surge na humanidade se torna alvo de uma série de estudos da comunidade científica. Além de entenderem os efeitos que aquela enfermidade pode causar, os especialistas também buscam encontrar maneiras de evitar que aquele mal assole novamente a humanidade.

Recentemente a professora da Universidade da Pensilvânia, Susan Weiss, participou de uma sessão plenária na AAIC 2021 e afirmou que muito do que se sabe sobre o coronavírus foi aprendido nas décadas de 1980 e 1990, quando um grupo relativamente pequeno de pesquisadores interessados naquele tipo de vírus descreveu sua biologia básica. Os dados apresentados pela cientista foram divulgados em publicações internacionais, dentre elas o Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), onde detalhes mostram como este tema já tem recebido muita atenção dos especialistas de todo o mundo.

Segundo a professora Weiss, o interesse dos pesquisadores aumentou após 2002 com o primeiro grande surto de doença respiratória por coronavírus em humanos, lançando a era dos coronavírus humanos patogênicos. Naquela época, o surto não teve o mesmo alcance de contaminação nem de mortalidade como tem se observado agora com a Covid-19. Para se ter ideia, o surto daquele ano foi transmitido de morcegos para civetas e de civetas para humanos. Ele durou cerca de oito meses e limitou-se principalmente à China e Hong Kong. A taxa de mortalidade foi baixa (10%)

Para os próximos anos, ela recomenda caminhos para evitar novas pandemias: “Desenvolver terapias antivirais para pan-coronavírus para que estejam prontas para surtos futuros e enquanto aguardamos novas vacinas, dar continuidade ao desenvolvimento de vacinas, incluindo vacinas contra pan-coronavírus e Identificar e descrever outros vírus encontrados em morcegos e outras espécies”.

Quem concorda com ela é o PhD, neurocientista, psicanalista e biólogo Fabiano de Abreu: “Aprendemos muito com a Covid-19, mas não o suficiente. Precaver é um ótimo método, mas precisamos internacionalizar mais a ciência. Há laboratórios clandestinos, outros que não podemos ter acesso. Há um controle do governo de alguns países que dificulta. Também há uma banalização de estudos pelo preconceito de onde são publicados e poderiam ser úteis. E há uma hegemonia de institutos que não abrem espaço para estudos dos que são de fora”, completou.