Ao analisar o aumento de 1% do PIB no primeiro trimestre, na comparação com os três meses imediatamente anteriores, anunciado nesta quinta-feira (2/06) pelo IBGE, o empresário Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), disse que o fomento do setor contribuiria de modo expressivo para acelerar e elevar o patamar de expansão da economia brasileira. “Não é sem razão que o País passou a crescer pouco a partir do momento em que a manufatura foi refreada”.
O setor, que avançou 0,1% no período, tem PIB de R$ 837,2 bilhões (2021), representando 11,3% do total nacional, participação que caiu nas últimas décadas, voltando ao nível anos 1950. “Isso exige uma estratégia ousada e eficaz para o fomento setorial, uma ação de Estado e não de governo”, afirma Cervone.
O presidente do CIESP, entidade que representa milhares de indústrias paulistas, sugere uma política industrial com planejamento, já focada no advento da Manufatura Avançada e que contemple pesquisa & desenvolvimento, linhas específicas de crédito e regime tributário menos oneroso e não incidente sobre investimentos. Um dos fatores para o êxito desses objetivos é o fomento da pesquisa e da ciência e mais aproximação das empresas com universidades. Os governos estaduais, municipais e federais também deveriam remover obstáculos burocráticos e estimular áreas nas quais o Brasil e cada uma das regiões têm vantagens competitivas.
“Precisamos, também, da reforma tributária, de modo que os impostos deixem de ser ônus e se tornem indutores do desenvolvimento, e da administrativa, para que o Estado custe menos e seja mais produtivo e eficiente no atendimento à população”, pondera Cervone. Concluindo, ele diz esperar que o calendário eleitoral deste ano não seja desculpa para retardar a votação de matérias prioritárias no Congresso Nacional e para o adiamento de medidas necessárias à recuperação e fomento da economia nacional.