A Parada Poética com Renan Inquérito e o poeta Sérgio Vaz serão atrações do Festival Literário de Santa Bárbara – FLISB, evento promovido pela Prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo. As atrações abrem o FLISB no dia 29 de julho, às 19 horas, no Centro de Atendimento ao Turista (Museu da Imigração, Centro de Memórias “Historiador Antonio Carlos Angolini” e Casa do Artesão), na Praça Central e na Biblioteca Central. O evento também ocorrerá nos dias 30 e 31 de julho e reunirá 145 obras literárias.
Renan Inquérito é RAPeiro e SARAUzeiro, utiliza a música e a literatura como ferramenta de transformação e interferência social. Compositor, Mestre (sem) Cerimônias, em geografia e poesia, Doutor em Educação Ostentação, escreveu os livros #Poucas Palavras (2011) e Poesia Pra Encher a Laje (2016). Iniciou sua trajetória como docente em um assentamento rural, depois deu aulas no ensino fundamental, médio, cursinho e na Faculdade de Educação da Unesp (Rio Claro). Atua na cultura Hip-Hop desde 1997, quando fundou o grupo de rap Inquérito, com o qual produziu oito discos, dezenas de músicas, videoclipes e centenas de shows. Possui parcerias gravadas com grandes artistas como Emicida, Ellen Oléria, Dexter, Tulipa Ruiz, Natiruts, KL Jay (Racionais), Arnaldo Antunes, Zeca Baleiro, Rael, O Teatro Mágico, Mato Seco e Rashid.
Sua produção acadêmica não abandona sua experiência de vida, ao contrário disso, como pode ser visto na Dissertação de Mestrado Território Usado: Cada Canto um Rap, Cada Rap um Canto defendida na Unicamp em 2010 e também na Tese de Doutorado O Relevo da Voz: Um Grito Cartográfico dos Saraus em São Paulo, defendida na Unesp em 2019.
Com o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos escreveu o roteiro do espetáculo Ópera Rap Global (2013) e participou do livro Na Oficina do Sociólogo Artesão (2019). Além dos palcos, percorre escolas e unidades do EJA, CRAS, CREAS e Fundação CASA, realizando saraus, shows, debates e oficinas. Universidades, presídios e bibliotecas são territórios comuns para sua arte, suas letras já foram temas de vestibulares e são frequentemente utilizadas em aulas e livros didáticos, provando a afinidade do rap com a poesia e a literatura.
Convidado pela Parada Poética, Sérgio Vaz é mineiro de Ladainha-MG e mudou-se com a família para São Paulo aos 5 anos de idade. Mais tarde, estabeleceu-se em Taboão da Serra. Fundou em 2000 a Cooperativa Cultural da Periferia (Cooperifa). Também foi o criador do Sarau da Cooperifa, que semanalmente reúne cerca de 400 pessoas no Jardim Guarujá para ler e criar poesia. Promoveu em 2007 a Semana de Arte Moderna da Periferia, inspirada na Semana de Arte Moderna de 1922. Criou outros eventos, como a Chuva de Livros; o Poesia no Ar, em que papeis com versos são amarrados a balões de gás e soltos no ar; e o A joelhaço, em que homens se ajoelham na rua para pedir perdão às mulheres no Dia Internacional da Mulher. Foi escolhido pela revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes de 2009. Já foi premiado pelo Grupo Cultural AfroReggae, pela Unicef, pela Secretaria de Cultura de São Paulo, entre outros órgãos.