Aposta do vereador de Americana Marchelo Meche (PL), as escolas cívico-militares devem acabar antes de ter a chance de se ter uma unidade implantada na cidade. Os militares conquistaram acesso privilegiado ao poder durante o governo Jair Bolsonaro (PL), com reflexos na definição de políticas públicas e nos rendimentos da categoria, e exerceram um grau de influência na esfera civil do país como não ocorria desde o fim da ditadura militar. O projeto de Meche embarcou nesse crescimento e começou a ser discutido em julho deste ano, com a vinda de um deputado militar para a cidade.
LULA- Para o núcleo de transição de Educação do presidente eleito Lula da Silva (PT), militares não têm de fazer gestão do processo pedagógico. Eles descartam novos acordos para escolas deste modelo, projeto que era uma das bandeiras do governo Bolsonaro. Durante o atual governo, Bolsonaro promoveu parcerias do governo federal com municípios e estados por meio do programa de escolas cívico-militares. Nesses casos, a gestão das unidades é repassada à Polícia Militar e às forças armadas.
MILITARES EM BAIXA- A ascendência da caserna sobre a política deverá ser reduzida com a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, mas tem raízes históricas no país e ela deve seguir à espreita de uma nova crise grave para retomar a busca por protagonismo, avaliam especialistas.
Durante a gestão de Bolsonaro – um capitão reformado do Exército – os militares comandaram órgãos relevantes do governo, como Casa Civil, Secretaria-Geral da Presidência, Saúde e Infraestrutura, entre outros. E ocuparam centenas – ou milhares, a depender da metodologia – de outros cargos no governo.
O sociólogo João Roberto Martins Filho, professor da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), especialista em Forças Armadas e ex-presidente da Associação Brasileira de Estudos de Defesa, afirma à DW que os militares participaram do governo Bolsonaro “do começo ao fim” e “não fizeram nenhuma sinalização de distanciamento”.