Nova pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares

e Restaurantes (Abrasel) revelou que quase um terço dos bares e restaurantes no Brasil ficou no vermelho em fevereiro, o pior índice desde maio de 2022. Outros 36% trabalharam com estabilidade e apenas 33% tiveram lucro, uma queda de 10 pontos percentuais em relação ao mês anterior. A situação, de acordo com a regional Campinas, é alarmante.

 

Entre os que tiveram prejuízo, a queda nas vendas é apontada como o principal motivo para o mau desempenho por 76% dos respondentes. Outros 65% citaram redução no número de clientes, 53% indicam a alta nos insumos, como alimentos e bebidas, e 45% apontam os empréstimos tomados na pandemia como um fator que prejudica o resultado (era permitida mais de uma resposta à questão). Além disso, 40% das empresas têm dívidas em atraso, um aumento de 4 pontos percentuais em relação à pesquisa de fevereiro.

Bares. 30% ficaram no vermelho em fevereiro

Bares. 30% ficaram no vermelho em fevereiro

Das que têm pagamentos em atraso, 79% devem impostos federais, 45% impostos estaduais, 34% encargos trabalhistas e previdenciários, 29% serviços públicos (água, gás, energia elétrica), 29% taxas municipais, 23% devem a fornecedores de insumos e 21% estão com o aluguel atrasado.

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A pesquisa, que ouviu 1513 empresários de todo o país, também revelou que 68% dos bares e restaurantes têm empréstimos bancários contratados e a inadimplência é de 27% entre os que tomaram dinheiro de linhas regulares, um aumento de 6 pontos percentuais em relação à pesquisa de fevereiro. Entre os que aderiram ao Pronampe, a inadimplência é de 18%, 5 pontos percentuais a mais do que o registrado na última pesquisa.

 

Para o presidente da Abrasel Regional Campinas Matheus Mason, os índices apurados pela pesquisa nacional são os mesmos na área de atuação da entidade, que compreende mais de 40 municípios. “O que vemos é que muitos empresários do setor estão, que já carregam prejuízos acumulados na pandemia, estão agora com dificuldade para pagar as contas”, explica. “Sem falar a queda no movimento e das vendas, decorrentes do menor poder aquisitivo das pessoas, o que deixa o quadro extremamente alarmante”, complementa.

 

Segundo o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, “tivemos uma piora do quadro em quase todos os índices medidos. Com dificuldade no desempenho, cresce também o número de empresas endividadas, com impostos atrasados e parcelas de empréstimos em aberto. Apesar disso, em vez de ajuda, recebemos sinalização de que os bares e restaurantes não podem contar com benefícios como o do Perse. É uma situação limite para muitos empreendedores e que pode causar ainda mais perdas para o setor e para o país”.

 

“Como já alertamos, é necessário que sejam criadas medidas de apoio específicas para os bares e restaurantes, a fim de evitar que mais empresas fechem suas portas e que mais pessoas percam seus empregos. A piora no quadro é evidente, e as autoridades não podem mais fechar os olhos para o problema como vêm fazendo”, completa Solmucci.

 

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