A Black Friday é uma janela de oportunidade de consumo que existe nos Estados Unidos há muitos anos, comemorada logo após o feriado de Ação de Graças, e que surgiu como uma saída para impulsionar as vendas e diminuir os estoques antes do Natal para trazer novidades às vitrines. No Brasil, o comércio logo aderiu o calendário de promoções que começa em novembro e, por vezes, até antes. O varejo de eletrodomésticos e produtos de maior preço foram os primeiros a embarcar nos descontos, mas o varejo de moda e itens pessoais logo aderiu à campanha.
Mas o que há de errado em garantir mais “brusinhas”?
“Como uma consultora consciente, vejo os descontos como uma janela de oportunidade sim, mas também me preocupa o exagero do incentivo ao consumo e o aumento da quantidade de propagandas, patrocinados e mensagens que recebemos com gatilhos de compras. Porém, quando o consumo passa a ser algo tão banal e naturalizado, fica difícil fugir a lógica. E não é que eu esteja estimulando ninguém a ser minimalista (mas sim, poderíamos), mas quando acreditamos que comprar algo novo não é tão simples, como beber água, perdemos o valor que damos as nossas conquistas, mesmo sendo elas materiais”, reflete Fernanda Moraes.
De forma prática, a consultora lista três pontos negativos nessa época das promoções: compras não planejadas ou impulsivas, preços enganosos e a síndrome FOMO (sigla em inglês de fear of missing out, que significa medo de perder algo). Segundo Fernanda, a abundância de ofertas pode nos levar às compras não planejadas, e até repetidas, que vão encher o guarda-roupa sem agregar possibilidades de usos.
“Em segundo lugar, a preocupação em relação aos preços é que muitas marcas usam a comunicação da promoção sem mesmo abaixar os preços na prática. E, por último, está a preocupação com o efeito emocional que a avalanche de promoções pode causar. Ver, ouvir e saber de tanta ‘oportunidade’ pode causar mal-estar e a sensação de estar perdendo algo. Mesmo sabendo que não precisamos daquele item, estar de fora de um movimento global gera um desconforto psicológico, ainda mais dentro das redes sociais”, explica a consultora de moda.
3 passos para aproveitar as oportunidades de compras
Mas, é claro que existem oportunidades realmente interessantes, ainda mais para quem está se planejando para aproveitar os descontos sem compras impulsivas. “É claro que é possível tirar benefícios em um mês inteiro de promoções. Para isso, indico três passos: observar, planejar, pesquisar. Isso vale para roupas e até compras maiores. O primeiro passo é o mais importante, pois observando o que temos e o que está faltando para deixar a rotina mais leve e simples, deixando mais interessante o processo de vestir. Tenha em mente seu estilo de vida e de compromissos, gostos pessoais e o que já se tem. Compre menos por tendência”, orienta.
Em seguida, Fernanda orienta planejar as compras, olhando armários e gavetas e escrevendo tudo o que acredita que pode ajudar. É possível que essas respostas já estejam mapeadas, já que ao longo do ano vamos observando tudo isso para chegar em novembro sabendo, inclusive, sobre nossa “listinha de desejos”. Nessa etapa é preciso eleger prioridades, ser específico e não perder de vista as suas reais necessidades.
“Por último, pesquise. Já sabendo que é possível esbarrar em muitas promoções falsas, algumas dicas extras são usar as ferramentas para acompanhar e comparar preços e buscar marcas de sua confiança ou que você já conheça a tabela de preços. Use a internet a seu favor, compare, leia e respire. Com tudo alinhado, tendo certeza de que aquilo será útil, de que é uma prioridade e que o preço compensa, pode ter certeza que será uma boa compra. Reflita: ‘que diferença esse item terá na minha vida prática?’ Isso vale para itens pequenos ou de maior valor. Em tempos de promoção, saímos ganhando quando temos a certeza que o preço foi só um detalhe na compra e não o maior incentivador“, pontua a especialista.
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Bons produtos para comprar nessa época do ano que sofrem pouca ou nenhuma interferência de coleções do ano e que permanecerão úteis e atuais:
- Produtos perenes, que não mudam independente da época do ano;
- Produtos de beleza;
- Itens de uso no inverno;
- Tênis;
- Roupas de academia.
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