No ambiente hospitalar, cada interação, procedimento ou decisão tomada pelos profissionais de saúde visa garantir o bem-estar do paciente e a eficácia nos tratamentos. Esse conjunto de ações, que também se concentra na prevenção de erros médicos e outros danos durante a prestação dos serviços, faz parte do Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Desde quando foi lançado, em 2013, abril foi o mês escolhido para centralizar as discussões e iniciativas voltadas ao tema, dando origem à campanha Abril pela Segurança do Paciente, que visa trazer a conscientização sobre a importância desse assunto.
De acordo com o Ministério da Saúde, estudos apontam que cerca de 10% dos pacientes internados sofrem algum tipo de evento adverso em serviços de saúde. Dessa forma, fica clara a necessidade de ações voltadas a garantir a qualidade e a segurança nos cuidados – medidas simples, mas eficazes, para prevenir danos durante a assistência dos pacientes.
De acordo com Karina Pereira de Oliveira, gerente de enfermagem do Hospital Evangélico de Sorocaba (HES), a segurança do paciente no ambiente hospitalar consiste em uma série de medidas e práticas adotadas para garantir a proteção e o bem-estar durante a estadia no hospital. Isso inclui prevenção de infecções hospitalares, quedas ou lesões por pressão, administração correta de medicamentos, identificação precisa dos pacientes, comunicação eficaz entre profissionais, entre outros aspectos. “A segurança do paciente busca minimizar os riscos e garantir a qualidade e a eficácia dos cuidados prestados durante o tratamento hospitalar”, enfatiza a enfermeira.
Quais medidas promovem a segurança do paciente no ambiente hospitalar
Ainda segundo Karina, diversas medidas são implementadas para promover a segurança do paciente, como verificação e identificação correta antes dos procedimentos, comunicação eficaz entre os membros da equipe e administração precisa e segura de medicamentos, seguindo protocolos. Além disso, é realizada a higienização adequada das mãos e uso de equipamentos de proteção individual, assim como medidas de prevenção de quedas e lesões por pressão, incluindo mudança de posição regular dos acamados, assim como monitoramento contínuo dos sinais vitais e condições dos pacientes. “Essas são algumas das medidas fundamentais implementadas pela equipe de enfermagem do HES para promover a segurança do paciente”, afirma a gerente de enfermagem.
O hospital implementou, ainda, um projeto que tem como objetivo garantir a segurança em toda a cadeia medicamentosa, desde o momento da prescrição até a checagem à beira do leito do paciente. Todas as prescrições médicas são realizadas de forma eletrônica. A equipe da farmácia realiza a separação por meio do sistema mobile e a dispensação para a enfermagem, que faz o recebimento eletrônico. A administração à beira do leito é realizada pela equipe de enfermagem, com a leitura do código de barras da pulseira de identificação do paciente e a conferência e checagem do código de barras do medicamento na frente do mesmo. “Isso garante que o medicamento esteja sendo administrado no paciente correto, na hora correta e segura”, diz Karina.
Envolvimento dos pacientes é fundamental
É importante destacar que o envolvimento dos pacientes no próprio cuidado é um ponto chave para a promoção da segurança, já que, quando eles participam efetivamente nesse sentido, isso pode levar a melhores resultados de saúde, além de reduzir o risco de falhas ou complicações. “O envolvimento dos pacientes pode ajudar a garantir que os profissionais de saúde tenham uma compreensão mais completa das necessidades, preferências e preocupações dos pacientes, permitindo uma abordagem mais personalizada e eficaz no tratamento”, explica Karina. Nisso são incluídas ações como tomar medicamentos conforme prescrito, seguir as orientações de autocuidado, comunicar sintomas e preocupações à equipe de saúde e participar ativamente das decisões relacionadas ao seu tratamento, por exemplo.