Paolla Oliveira, Débora Falabella e Harry Styles são alvos de fãs com psicose de obsessão

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O caso recente da atriz Paolla Oliveira, denunciando ameaças e perseguições, evidencia um problema que afeta inúmeras figuras públicas e que, segundo a psicanalista Ana Lisboa, vai muito além da simples admiração. A especialista aponta que a perseguição obsessiva, ou stalking, reflete um padrão de dependência emocional extremo, onde o perseguidor projeta na celebridade aquilo que lhe falta internamente. Esse tipo de obsessão geralmente se desenvolve a partir de traumas de rejeição na infância, criando um vazio que a pessoa tenta preencher ao se “aproximar” do outro, mesmo que essa proximidade seja ilusória e unilateral.

Lisboa explica que o comportamento stalker está frequentemente ligado a uma necessidade insaciável de validação e sentido, onde a figura pública é vista como essencial para o perseguidor se sentir vivo. “A pessoa sente que precisa dos olhos do outro para se sentir vista e reconhecida. Esse mecanismo de dependência emocional transforma a celebridade em um espelho onde o perseguidor projeta suas próprias carências”, detalha a psicanalista. A obsessão surge como uma forma de “psicose”, onde o perseguidor não apenas idealiza o outro, mas passa a necessitar dessa fantasia para dar sentido à própria existência.

Esse padrão psicológico se manifesta em casos como o da atrizes Débora Falabella, que enfrentou perseguições constantes, e Fernanda Torres, cuja privacidade foi invadida por um fã obcecado. Lisboa argumenta que o stalker frequentemente cria uma narrativa própria, onde pequenas interações — reais ou imaginárias — reforçam sua neurose, levando-o a ultrapassar todos os limites pessoais e legais em busca de uma conexão ilusória com a celebridade.

O caso do cantor mundialmente famoso Harry Styles, por exemplo, expõe essa dinâmica, com um fã acampando em frente à sua casa na tentativa de se conectar a qualquer custo com o cantor. A psicanalista destaca que “qualquer atenção ou ‘pingo’ de interação recebido alimenta essa fantasia e intensifica o comportamento obsessivo, levando a pessoa a um estado de cegueira emocional”. No limite desse transtorno, explica Lisboa, a ausência de contato com a figura idealizada gera uma angústia que pode desencadear comportamentos extremos e até violentos, como foi o caso do assassinato de John Lennon por um fã em 1980.

Para Lisboa, a questão central do stalking não é a celebridade em si, mas o vazio emocional que a alimenta. Esse vazio, explica, tende a se perpetuar caso o perseguidor não busque ajuda psicológica adequada, pois o ciclo de rejeição e obsessão simplesmente se repete com novas vítimas. “Trata-se de uma dor profunda de se sentir rejeitado, que precisa de atenção e tratamento. Caso contrário, o perseguidor continuará a procurar outras vítimas e repetirá esse padrão de dependência emocional”, conclui Lisboa.

 

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