A COP 29, que ocorre de 11 a 22 de novembro em Baku, Azerbaijão, promete ser um marco nas discussões globais sobre clima. Conhecida como a “COP do Financiamento”, esta edição terá como pauta central a redefinição de metas de financiamento climático, o fortalecimento dos compromissos de redução de emissões e a análise dos avanços já realizados. Reunindo governos, organizações, empresas e especialistas de todo o mundo, o evento deve focar no apoio aos países em desenvolvimento e destacar a urgência de ações financeiras e políticas que contemplem os desafios crescentes das mudanças climáticas.
1. Nova meta global de financiamento climático: uma promessa de impacto?
Entre os principais debates da COP 29 está a criação de uma nova meta global de financiamento climático, que substituirá o compromisso de US$ 100 bilhões anuais estabelecido há 15 anos. Originalmente destinado a apoiar países em desenvolvimento na mitigação e adaptação às mudanças climáticas, esse montante, mesmo que tivesse sido atingido anualmente, é insuficiente diante dos desafios globais.
Estima-se que, atualmente, esses países precisem de US$ 500 bilhões até US$ 1 trilhão por ano para implementar ações climáticas efetivas. Os representantes na COP 29 discutem não só o aumento do montante, mas também como tornar o financiamento acessível e eficaz para as comunidades que mais necessitam de apoio. A participação de instituições financeiras internacionais e a mobilização do setor privado também são temas estratégicos para garantir que os novos recursos cheguem de maneira eficiente e façam diferença.
2. Compromissos mais ambiciosos para uma transição justa
Além das metas financeiras, a COP 29 é uma oportunidade fundamental para que os países reafirmem e fortaleçam seus compromissos de redução de emissões. Com a próxima rodada de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) prevista para 2025, espera-se que as nações mais emissoras de carbono assumam compromissos mais ambiciosos e específicos.
Essas novas NDCs deverão impulsionar mudanças significativas em setores-chave, como energia, transporte e agricultura, garantindo que a transição seja justa e contemple comunidades vulneráveis. A expectativa é que o evento sirva de catalisador para metas mais arrojadas, incentivando também empresas, investidores e cidades a agirem em prol de um futuro de baixo carbono.
3. Avaliação dos avanços e o papel das soluções baseadas na natureza
A COP 29 será, também, um momento para avaliar o progresso dos compromissos assumidos na COP 28, incluindo metas importantes como a eliminação gradual dos combustíveis fósseis e o aumento das fontes de energia renovável. Neste ano, os países serão incentivados a apresentar dados concretos e evidências sobre o avanço de suas políticas climáticas, especialmente em áreas como florestas, energia e sistemas alimentares sustentáveis.
Nesse sentido, o evento deve destacar também a importância das soluções baseadas na natureza como estratégia essencial para promover resultados socioambientais sólidos e gerar valor real no mercado de carbono. Para Janaína Dallan, CEO da Carbonext e presidente da Aliança Brasil NBS, “as soluções baseadas na natureza (NBS) são essenciais para criarmos um mercado de carbono com benefícios tangíveis para o clima, a biodiversidade, a economia e as comunidades locais. Essa é a nossa contribuição para um futuro mais sustentável.”
Janaína estará presente na COP 29 para participar do painel “Mercados de carbono e as parcerias público-privadas: acelerando soluções para o clima”, que será realizado em parceria com a Aliança Brasil NBS no dia 15 de novembro. O painel discutirá como os co-benefícios dos projetos ambientais, além de contribuírem para a sustentabilidade, agregam valor ao mercado de carbono global.