“Calabreso” e “casca de bala”: as gírias mais pesquisadas do ano
Ela se popularizou graças ao humorista Toninho Tornado, repercutiu pelo país com ajuda de Davi Britto, participante da última edição do BBB, e chegou a se tornar até mesmo um hit musical da banda baiana “La Fúria”. Mas, afinal, o que de fato significa “calabreso”, expressão responsável por consideráveis 138 mil buscas no Google ao longo de 2024?
Visto que muitas gírias variam conforme a época e situação, como explica a Preply, é preciso que os confusos busquem observar seu uso em contexto, sobretudo entre as pessoas ou grupos que a popularizaram. Nesse caso, por exemplo, as próprias discussões do ex-BBB Davi com seus oponentes de jogo já indicam do que o termo se trata: algo como “briguento”, “mal-educado” ou “esquentadinho”… ou seja, uma forma bastante provocativa de apelidar quem, supostamente, tende a brigar por pouco. Fácil de entender, não?
Tão fácil quanto sua definição, cabe dizer, é ainda o sentido da segunda gíria mais buscada pelos internautas, outro sucesso nacional por trás de 70 mil pesquisas na internet. No caso de “casca de bala”, no entanto, não foi um reality show o responsável por sua viralização, mas uma música de sucesso do cantor Thullio Milionário, que diz “eu e casca de bala, eu e casca de bala, nós não perde uma vaquejada, nós não perde uma vaquejada”. A expressão, nesse sentido, faz referência àquele amigo do peito que todo mundo tem… e que está ali para o que der e vier.
“PDP”, BTF”, “SLC”: quando as gírias se tornam abreviações
Se compreender a definição de algumas gírias pode parecer um desafio por si só, imagine conseguir desvendar seus significados quando, em tempos de internet, elas ganham formas abreviadas, como é o caso de “vlw” (forma curta de “valeu”), “tlgd” (“tá ligado”) e “tmj” (“tamo junto”)?
Provando que a dificuldade é mais comum do que se imagina, ao longo do ano, não faltaram abreviações por trás de recordes de buscas entre os internautas — em geral usadas em mensagens de texto e redes sociais.
Um bom exemplo é o termo “pdp”, por trás de cerca de 25 mil buscas no período: estamos nada mais, nada menos que falando da versão reduzida de “pode pá”, dizer usado para confirmar ou concordar com algo de maneira informal, especialmente em comunidades urbanas e entre jovens. Espécie de “prima” da também comum “pode crer”, costuma substituir as expressões “com certeza” e “é isso mesmo” entre os mais novos, como no seguinte diálogo: “vai assistir ao jogo de futebol hoje, mano?”, “pode pá, vou, sim!”
Algo similar também se aplica a “pprt”, “slc” e “btf”, presentes no ranking elaborado pela Preply. Abreviações de, respectivamente, “papo reto”, “boto fé” e “sê é louco”, cada qual traz consigo sentidos simples, mas que podem dar um nó na cabeça de quem as ouve pela primeira vez.
Por meio da primeira, por exemplo, seu interlocutor quer enfatizar que está falando sério, enquanto, com a segunda, a ideia é expressar a sensação de espanto (basta pensar no diálogo: “vamos ao show hoje?”, “sê é louco, vai estar lotado!”, onde a gíria surge para enfatizar negação).
Mas e quanto a “btf”, cujo significado fez com que os mecanismos de busca registrassem mais de 13 mil pesquisas em 2024? Aqui, como pontua a plataforma de idiomas, o sentido gira em torno de acreditar ou confiar em algo ou alguém. “Boto fé”, portanto, seria usada informalmente para demonstrar concordância, confiança ou aprovação, como em “eu boto fé nesse projeto” (acredito que o projeto vai dar certo) ou “boto fé em você” (confio em você). Deu pra sacar?