Brasileiros em alerta: 6 em cada 10 declaram seguir ou querer iniciar uma dieta, mas especialistas pedem cautela
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O Brasil vive uma onda de transformação alimentar. Segundo dados da Croma Consultoria, 60% da população brasileira já segue algum tipo de dieta ou tem intenção de iniciar um plano alimentar nos próximos 12 meses. O número acende um sinal de atenção para profissionais da saúde, que apontam benefícios, riscos e a necessidade de orientação especializada diante da popularização das dietas, especialmente entre os mais jovens.
O levantamento mostra que as gerações Z (63%) e Y (64%) são as que mais aderem a regimes alimentares, com foco principal em emagrecimento rápido e ganho de massa muscular. Já entre as gerações Alfa, X e os Baby Boomers, cresce o interesse por padrões alimentares como a dieta Mediterrânea, reconhecida por seu equilíbrio e benefícios à saúde cardiovascular.
As dietas low carb e low fat seguem populares entre todas as faixas etárias. O jejum intermitente se destaca entre adultos das gerações Y e X. Também cresce a adoção de dietas restritivas, como sem glúten ou sem lactose, muitas vezes feitas por iniciativa própria, sem diagnóstico formal de intolerâncias.
Para especialistas em nutrição e saúde, o crescimento na adesão a dietas exige cuidado. “Dietas sem acompanhamento podem levar a deficiências nutricionais, perda de massa muscular, distúrbios alimentares ou frustração por resultados insustentáveis”, alerta a nutricionista funcional Dra. Mariana Bertolucci. Ela destaca a importância do acompanhamento multidisciplinar, envolvendo nutricionistas, médicos e, em muitos casos, psicólogos, principalmente quando há relação emocional com a comida.
Edmar Bulla, fundador da Croma Consultoria, ressalta que o comportamento alimentar brasileiro vem se sofisticando. “Hoje, as pessoas buscam dietas que façam sentido com seu estilo de vida, valores pessoais e bem-estar. Mas a abundância de informação e desinformação pode levar a escolhas sem base científica. O desafio é transformar interesse em mudança sustentável e segura”, afirma.
O estudo da Croma reforça que a nutrição no Brasil já não é mais apenas sobre estética ou perda de peso: trata-se de um componente central da saúde física, emocional e social. Mas como qualquer intervenção sobre o corpo, ela precisa ser feita com critério.
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