Com o recente aumento no número de casos graves de intoxicação por metanol no Brasil que já resultaram em óbitos, é fundamental que a população compreenda os graves riscos associados ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. O metanol, ou álcool metílico, é uma substância industrial que, quando misturada de forma ilegal a destilados como vodca, gim ou uísque e também em cerveja e vinho, pode ter consequências devastadoras para a saúde, incluindo cegueira e morte.
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A Dra. Juliana Sartorelo, especialista em Urgência e Emergência e Toxicologia e conteudista da Afya, explica que o metanol é um veneno potente. “Uma vez ingerido, o organismo o metaboliza em ácido fórmico, que é a substância responsável pela sua toxicidade devastadora no corpo. Isso causa uma acidose metabólica grave, que é o desequilíbrio do pH no sangue, afetando órgãos vitais e podendo levar à falência renal e lesões cerebrais.”
O grande perigo da intoxicação por metanol reside no fato de que ele é incolor e o sabor é praticamente indistinguível do etanol (o álcool comum de bebida), tornando-o imperceptível. Além disso, os sintomas iniciais são facilmente confundidos com uma simples ressaca ou embriaguez comum, como náuseas, vômitos e dor de cabeça.
Metanol e sinais
Os sinais mais alarmantes tendem a surgir de forma tardia, geralmente entre 12 a 24 horas após a ingestão. É crucial estar atento a sintomas mais intensos e persistentes, principalmente as alterações visuais. A Dra.Sartorelo faz um alerta: “O acometimento do nervo óptico é uma das marcas da intoxicação por metanol, podendo resultar em cegueira irreversível. Dor abdominal intensa, confusão mental e visão turva, ou até mesmo perda de visão, são sinais de que o corpo está sob ataque e exigem atenção imediata.”
Diante da suspeita de intoxicação, a ação deve ser imediata. A toxicologista reforça que o tempo é essencial: “É fundamental que, em caso de sintomas neurológicos ou persistência de mal-estar intenso após o consumo de álcool, o paciente procure a emergência imediatamente. A rapidez do diagnóstico e do tratamento é vital para evitar sequelas permanentes.”
A Dra. Sartorelo enfatiza que não se deve tentar qualquer “tratamento caseiro”. O tratamento é complexo e deve ser feito exclusivamente em ambiente hospitalar, com o uso de antídotos específicos, como o etanol farmacêutico intravenoso, e, em casos graves, pode ser necessária a hemodiálise para remover a toxina do sangue. Ao chegar ao pronto-socorro, é vital informar a equipe médica qual bebida foi consumida, e se possível, levar a embalagem para análise.
A principal medida de prevenção é garantir que as bebidas sejam de origem confiável. O consumidor deve desconfiar de preços muito baixos e deve sempre verificar a integridade da embalagem. Rótulos mal impressos, rasurados ou ausência de selos e lacres violados são fortes indicativos de falsificação. Comprar apenas em estabelecimentos fiscalizados e autorizados é a maneira mais eficaz de se proteger.
Sobre a Afya
A Afya, maior ecossistema de educação e tecnologia em medicina no Brasil, reúne 38 Instituições de Ensino Superior em todas as regiões do país, 33 delas com cursos de medicina e 20 unidades promovendo pós-graduação e educação continuada em áreas médicas e de saúde. São 3.653 vagas de medicina autorizadas pelo Ministério da Educação (MEC), com mais de 23 mil alunos formados nos últimos 25 anos. Pioneira em práticas digitais para aprendizagem contínua e suporte ao exercício da medicina, 1 a cada 3 médicos e estudantes de medicina no país utiliza ao menos uma solução digital do portfólio, como Afya Whitebook, Afya iClinic e Afya Papers.
Primeira empresa de educação médica a abrir capital na Nasdaq em 2019, a Afya recebeu prêmios do jornal Valor Econômico, incluindo “Valor Inovação” (2023) como a mais inovadora do Brasil, e “Valor 1000” (2021, 2023 e 2024) como a melhor empresa de educação. Virgílio Gibbon, CEO da Afya, foi reconhecido como o melhor CEO na área de Educação pelo prêmio “Executivo de Valor” (2023). Em 2024, a empresa passou a integrar o programa “Liderança com ImPacto”, do pacto Global da ONU no Brasil, como porta-voz da ODS 3 – Saúde e Bem-Estar.