A atividade física regular é um instrumento importante na prevenção do câncer de mama. Um estudo publicado pela Associação Americana para Pesquisa do Câncer (AACR) mostrou que até mesmo um exercício simples, e bem orientado, pode ajudar a diminuir o risco.
A pesquisa revelou ainda que a atividade física age na metabolização do hormônio estrogênio e contribui para diminuir o risco da doença nas mulheres na pós-menopausa. As conclusões do estudo ampliam o conhecimento dos mecanismos biológicos potenciais que vinculam a atividade física ao menor risco de tumores cancerígenos, tanto no de mama, quanto nos outros tipos de tumores. De acordo com Benjamin Apter, especialista em medicina esportiva e fisiologia do exercício, coordenador da rede de franquias B-Active, em pacientes já diagnosticadas, o exercício físico se mostra fundamental na recuperação da autoestima, amenizando efeitos do tratamento, além de ser uma maneira para a socialização da paciente. O tratamento cirúrgico, especificamente a mastectomia, resulta em consequências para o emocional e para o corpo das mulheres, necessitando do cuidado de diversos profissionais. O tratamento quimioterápico também afeta a condição física e psicológica por ser extremamente agressivo, porém necessário. ???O exercício físico bem orientado e controlado é um importante aliado por proporcionar condicionamento físico que suporte o tratamento quimioterápico, além de facilitar o retorno para as atividades da vida diária???, ressalta Apter. Restrições e possibilidadesDe acordo com o especialista, as restrições se devem mais ao período do pós-cirúrgico. Deve-se ter um cuidado inicial para não começar com exercícios muito intensos. A inserção da atividade na rotina da paciente com câncer deve ser gradual e sempre monitorada por um profissional de fisioterapia. Segundo a fisioterapeuta Kellen Nascimento, da unidade B-Active em Campinas, a fisioterapia no pós-operatório também desempenha um papel de extrema importância na abordagem das pacientes mastectomizadas. Se iniciada precocemente, pode prevenir complicações, promover a recuperação funcional e propiciar a melhoria na qualidade de vida das mulheres submetidas à cirurgia. ???No pós-operatório imediato recomendamos a drenagem linfática e exercícios leves passivos acompanhados por fisioterapeutas. Após três meses da cirurgia, iniciamos exercícios ativos de leve intensidade na frequência de duas vezes por semana e vamos aumentando progressivamente até quatro vezes por semana. Iniciamos com alongamentos, fortalecimento muscular supervisionado e aeróbio???, frisa Kellen. O médico Apter complementa: ???à medida que a paciente vai melhorando a confiança e a autoestima, introduzimos outras técnicas como Pilates, Yoga e exercícios funcionais para associar maior prazer na atividade física,” explica o médico. Depois do diagnóstico de câncer de mama, a educadora física Maíra Rosa, 34 anos, de Campinas, intensificou a prática de atividade física na fase de recuperação para diminuir os efeitos colaterais da doença. ???Peguei gosto pelos exercícios e hoje faço duatlhon. Sou a prova viva de que manter-se em atividade melhora o corpo, a mente e o espírito???, frisa.