A prefeita de Sumaré, Cristina Carrara, solicitou formalmente nesta sexta-feira, 8 de janeiro, que a Coordenadoria de Defesa Civil do Estado de São Paulo e o DAEE (Departamento de Estado de Águas e Energia Elétrica) apurem se algum fator, além das chuvas, pode ter contribuído para a repentina e atípica elevação do nível das águas dos trechos dos ribeirões Jacuba e Quilombo que cortam a cidade, verificada no final da noite do domingo, dia 27 de dezembro.
Segundo a Defesa Civil Municipal, foram nada menos que 149 milímetros de chuva no período compreendido entre os dias 25 e 28 de dezembro. No entanto, técnicos do próprio órgão, servidores municipais e testemunhas que monitoravam o comportamento do Quilombo em algumas áreas de risco relataram que o nível do ribeirão subiu abruptamente no final da noite do dia 27, no que eles descreveram como ???onda??? ou ???tsunami???.
Em quatro pontos do Quilombo (nos jardins Primavera, São Domingos, Picerno e Basilicata) e um do Jacuba (na ocupação Três Pontes), houve alagamentos de residências, totalizando cerca de 800 famílias afetadas. Equipes da Prefeitura trabalham desde então no socorro e atendimento social às vítimas das cheias e no monitoramento e recuperação de pontos afetados da infraestrutura urbana da cidade.
No entanto, muitos outros locais da cidade apontados em estudos técnicos como de maior risco, não sofreram inundações neste período, nem mesmo na noite do dia 27 ??? o que alertou as autoridades municipais para a possibilidade de ocorrência de algo atípico.
APURA????ONos ofícios enviados agora aos dois órgãos estaduais, a Prefeitura de Sumaré destaca que ???a situação ocorrida demonstra-se totalmente diversa das demais situações análogas ocorridas anteriormente, no que tange às áreas em que ocorreram as inundações ou ainda o volume das chuvas, aparentemente incompatíveis com os alagamentos e inundações??? nestes cinco pontos da cidade.
Para a Defesa Civil Municipal, ???o aumento abrupto do volume de água, através de uma onda torrencial e repentina, gera indícios de ocorrência de possíveis ações não naturais (como o rompimento de represas, adutoras, redes de esgoto, estações de contenção de inundações, entre outras hipóteses), as quais poderiam ter agravado a situação da área gerando o inédito desastre???.
???Assim, solicitamos que sejam adotadas as providências necessárias no sentido de apurar a ocorrência de outros fatores que teriam colaborado de maneira a agravar o impacto gerado pelas chuvas, causando danos de enorme monta ao município e seus moradores. Salientamos, que na hipótese de comprovação de ocorrência de fator externo praticado por terceiros que tenha contribuído ou causado tais danos, o município estará propondo as medidas judiciais cabíveis visando o ressarcimento dos danos sofridos???, conclui a prefeita em seu ofício, colocando a Defesa Civil e demais secretarias municipais à disposição para fornecerem informações técnicas aos órgãos.