(Reuters) – Os grandes bancos brasileiros estão se apressando a desenvolver inovações internamente para enfrentar a rápida multiplicação de empresas de tecnologia que prestam serviços financeiros, as chamadas fintechs.
Na esteira de um movimento global dessas empresas, Banco do Brasil, Bradesco e Itaú Unibanco preferiram não assistir passivamente à entrada dessas companhias em nichos valiosos do mercado brasileiro e já estão testando soluções criadas em seus próprios laboratórios.
O Banco do Brasil criou uma diretoria de negócios digitais, responsável por colher, desenvolver e premiar ideias de empregados para novos serviços com uso de tecnologia. O Bradesco está em fase avançada de testes para dois projetos concebidos dentro de seu programa InovaBra. E o Itaú Unibanco montou um espaço para startups em parceria com o fundo de capital empreendedor da Redpoint, o Cubo.
Em apresentações recentes a investidores, Bradesco e BB tomaram a maior parte do tempo normalmente usado para apresentar suas inovações tecnológicas para mostrar suas iniciativas para desenvolver ou cooptar fintechs.
Apesar do Itaú não ver as fintechs como ameaça, a superintendente de Gestão de Tecnologia da Informação do Itaú Unibanco, Erica Jannini, afirma que os bancos ainda não têm clareza sobre qual o melhor modelo para lidar com elas.
“Reproduzir em escala a experiência positiva que os clientes têm com as fintechs é a resposta de 1 bilhão de dólares”, resume Erica.
Por ora, um dos foco dos bancos no Brasil tem sido as ferramentas de renegociação online de dívidas. O serviço do BB criado para esse fim já movimentou cerca de 2 bilhões de reais em pouco mais de um ano. O Bradesco está em fase avançada de testes para um produto parecido.
“Uma vantagem desse sistema é evitar o constrangimento do cliente ter que ir até a agência (para renegociar dívida). Ele faz isso sozinho”, disse o vice-presidente de Controles Internos e Gestão de Riscos do Banco do Brasil, Walter Malieni Júnior.