Assim como no final da década de 80, em meio a uma crise muito grande que o país atravessava, o saudoso Joãosinho Trinta trouxe para a passarela Maques de Sapucaí, o Cristo Mendigo coberto e com a súplica “Mesmo proibido olhai por nós!”… Hoje, trinta anos após esse ato inesquecível ocorrido na festa de Momo, parte importante de nossa história, reinvidica os seus direitos novamente com a voz do samba.
Os aposentados de São Paulo, do Interior do Estado e do Paraná protestaram na suntuosa Avenida Paulista.
A concentração começou antes das 9 horas, na Praça Osvaldo Cruz (próximo ao Shopping Paulista e à estação Paraíso do Metrô). De lá, eles seguiram em desfile de escola de samba até o vão livre do Masp ??? Museu de Arte de São Paulo, aonde foi realizado o encerramento do ato, com a presença das principais lideranças sindicais da Força Sindical, entre as quais Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Central.
Utilizando uma forma diferenciada para reivindicar e expor à sociedade, o motivo do protesto, a turma da melhor idade optou por um ambiente mais descontraído e divertido… O SAMBA.
“Sambamos para conseguir um bom emprego, sambamos e muito para conseguirmos nos aposentar, e continuamos sambando para manter e termos melhores condições de vida”… disse – Carlos Ortiz, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados.
A Escola de Samba “Unidos dos Aposentados”, que realizou a passeata-desfile na Avenida Paulista, foi constituída por alas temáticas divididas em cores, com 250 componentes cada, que empunharam cartazes e bandeiras. Ela foi organizada em: 1) Comissão de Frente (colete laranja): formada por lideranças sindicais. 2) Ala das Reivindicações (colete amarelo): pela recomposição do poder de compra das aposentadorias, 3) Ala da Saúde (colete branco): pela garantia de saúde pública gratuita e de qualidade. 4) Bateria (colete da Central): composta por quarenta ritmistas da Escola de Samba Gaviões da Fiel, vai-vai e camisa verde e branco que ditaram o ritmo da manifestação. 5) Ala do Custo de Vida (colete vermelho): 6) Ala da Justiça (colete preto): pelo direito à revisão do benefício (desaposentação) 7) Ala das Pensionistas (colete roxo) 8) Ala Futuro Aposentado e Juventude (colete laranja).
O comando da batucada foi dado pelo Mestre Diego Zupo, acompanhado pela Musa da Bateria Cintia Mello da escola de samba Acadêmicos do Tucuruvi.
Tudo fluiu de forma tranquila exatamente como deveria ser… com adesão do público ao espetáculo!
O samba-enredo “Por igualdade social para quem lutou a vida inteira”, composto por Binho, Diego Miguel e Pedrinho, integrantes da Escola Gaviões da Fiel, e equipe de harmonias liderada pelo Ricardo Rodrigues componentes da Acadêmicos do Tucuruvi.
Nos dias de hoje, inventar algo inédito é bastante difícil, então a ordem é INOVAR… a música é universal, tem linguagem própria… e o samba, ahhh o samba unifica as raças!
Crédito das Fotos: Renato Cipriano / Zuleika Ferreira – Divulgação