O papa Francisco enviará mais de mil padres em uma missão global de perdão a pecados graves que, normalmente, só o próprio pontífice ou altas autoridades da Igreja Católica podem absolver.
Os Missionários da Misericórdia, apelidados de “superconfessores”, receberam a incumbência especial por conta do ano do jubileu do Vaticano, que termina em novembro.
Francisco tem dito com frequência que a Igreja precisa ser menos rígida e crítica e declarou este ano como o ano santo da misericórdia para divulgar uma mensagem de perdão, especialmente entre católicos que se afastaram da fé e buscam motivos para retomá-la.
Em uma cerimônia no Vaticano na última terça-feira, o papa falou para cerca de 700 dos padres escolhidos, dizendo que os penitentes devem ser recebidos com o braços abertos, em vez de serem julgados com um “senso de superioridade”.
Os padres se voluntariaram ou foram escolhidos por seus superiores em dioceses ao redor do mundo. Espera-se que eles cumpram sua missão especial de um ano em países como Burundi, Egito, China e Emirados Árabes.
Pecados considerados graves, como macular pão e vinho consagrados, violar o sigilo da confissão e planejar a morte do papa, normalmente só podem ser perdoados por bispos mais graduados, autoridades do Vaticano ou o próprio pontífice.
O aborto também é considerado pela Igreja como uma “transgressão séria”, que no entanto não está na lista de pecados perdoáveis pelos “superconfessores”. Mas Francisco anunciou no ano passado que ele permitirá durante todo o ano santo que padres comuns confiram a absolvição a mulheres que desejem se arrepender.
O papa disse reconhecer que algumas mulheres sentem não ter outra opção a não ser a “agoniante” decisão de realizar um aborto.  BBC