A audiência pública realizada na quarta-feira (23) para discutir a instituição do feriado de 20 de novembro (Dia da Consciência Negra) em Santa Bárbara d???Oeste reuniu parlamentares, membros do movimento negro, sociedade civil e representantes dos setores comercial e industrial do município. O evento foi promovido pelo vereador Valmir Alcântara de Oliveira, o Careca do Esporte (PROS), autor do projeto de lei que propõe o feriado. Na avaliação do parlamentar, o debate foi produtivo e aponta para a aprovação da matéria, que segue em trâmite na Câmara Municipal.
???Os prós e os contras do feriado foram amplamente discutidos e houve espaço para apresentação de todas as posições, eu avalio como positivo e percebi que a proposta do feriado é bem aceita pela sociedade, apesar de o setor econômico resistir com o argumento de eventual prejuízo financeiro com a criação do feriado???, avaliou Careca.
Para ele, os argumentos dos membros do movimento negro de que a população negra trabalhou por 200 anos em regime de escravidão, sobrepõe o impacto econômico citado pelo presidente da Acisb (Associação Comercial e Industrial de Santa Bárbara), Antônio Roberto Bonamin, e pelo secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Miguel Brito.
O sindicalista Jair dos Santos destacou a ausência de direitos da população escrava e a necessidade de políticas compensatórias. Nesse sentido, a historiadora Claudia Monteiro, lembrou a situação dos homens e das mulheres que foram libertos com o fim da escravidão e não tiveram direitos a nenhuma medida de inclusão social. ???Eles (negros) contribuíram para formação da sociedade, não foram apenas mão de obra, eles foram ferramentas para a construção do país???, enfatizou.
A população presente também pôde participar com a apresentação de questões aos membros da Mesa. O presidente da Associação Cultural Beneficente Quilombo da Paz, Antônio Carlos Vianna, respondeu às perguntas do público. Ele também avaliou como produtiva a audiência e agradeceu ao vereador pela iniciativa. Benedito Samuel Barbosa, o Dito Preto, abriu os debates expondo a ausência de informações sobre o negro na história de Santa Bárbara d???Oeste.
Antes da audiência, o público presente assistiu apresentações de capoeira, hip hop e maracatu promovidas por grupos locais.