Artigo- Política não morde

Política crítica,

Artigo- Política não morde

8 de novembro de 2014

Com as adesões do PSDB e do PV, o arcabouço político de Omar Najar fica cada vez mais parecido com o que deu sustentação a Diego De Nadai durante a maior parte de seu governo.
 Caso seja eleito, o desafio para o empresário Najar será aplicar seu “choque de gestão” com tantos aliados a orbitar sua seara política. Não será fácil. Haverá, de certo, um choque entre discurso e prática. Custará.   Recuperar a saúde fiscal da prefeitura de Americana é um desafio que está posto e tem sido enfrentado pelo atual prefeito tampão Paulo Chocolate. ?? legítimo que o futuro governo aprofunde tal processo, mas isso nada tem a ver com redução drástica da máquina pública ou negação da política.  A questão não está na quantidade, mas na qualidade. Não há drama em dividir espaço com aliados e sim em fazê-lo sem critério. Os cargos têm de ser distribuídos com base na capacidade técnica e política dos indicados e de acordo com os desígnios do projeto que dará direção à gestão.    A maioria dos governantes brasileiros chega ao poder sem projeto e sem rumo pré-definido. Eis o nó górdio. Mário Covas assumiu São Paulo em 1995 com o intuito de tirar o estado da UTI fiscal e aumentar investimentos sociais. Havia rumo. Lula e FHC governaram acossados pela fisiologia, contudo, seus governos tinham prioridades: o primeiro reduziu a desigualdade social por meio de políticas públicas e fortalecimento do mercado interno; o segundo controlou a inflação e reestruturou o Estado o quanto pode. Os concorrentes à prefeitura de Americana terão de deixar claro pra quê querem ser prefeitos, isto é, em torno de quais ideias, propósitos e projetos. Eis o desafio. POLÍTICA N??O MORDE A prefeitura de Americana não é uma empresa. A governança pública respira em função da capacidade dos atores políticos realizarem acordos e definirem estratégias e canais de diálogo com a sociedade.  Cargo técnico, concursado, comissionado, não importa, o sujeito terá de fazer política. Com ou menos vereadores. Com ou mais secretarias. Política não morde, mas fugir dela (ou fazê-la parcamente, como no governo anterior) pode ser letal.

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8 de novembro de 2014

Com as adesões do PSDB e do PV, o arcabouço político de Omar Najar fica cada vez mais parecido com o que deu sustentação a Diego De Nadai durante a maior parte de seu governo.
 Caso seja eleito, o desafio para o empresário Najar será aplicar seu “choque de gestão” com tantos aliados a orbitar sua seara política. Não será fácil. Haverá, de certo, um choque entre discurso e prática. Custará.   Recuperar a saúde fiscal da prefeitura de Americana é um desafio que está posto e tem sido enfrentado pelo atual prefeito tampão Paulo Chocolate. ?? legítimo que o futuro governo aprofunde tal processo, mas isso nada tem a ver com redução drástica da máquina pública ou negação da política.  A questão não está na quantidade, mas na qualidade. Não há drama em dividir espaço com aliados e sim em fazê-lo sem critério. Os cargos têm de ser distribuídos com base na capacidade técnica e política dos indicados e de acordo com os desígnios do projeto que dará direção à gestão.    A maioria dos governantes brasileiros chega ao poder sem projeto e sem rumo pré-definido. Eis o nó górdio. Mário Covas assumiu São Paulo em 1995 com o intuito de tirar o estado da UTI fiscal e aumentar investimentos sociais. Havia rumo. Lula e FHC governaram acossados pela fisiologia, contudo, seus governos tinham prioridades: o primeiro reduziu a desigualdade social por meio de políticas públicas e fortalecimento do mercado interno; o segundo controlou a inflação e reestruturou o Estado o quanto pode. Os concorrentes à prefeitura de Americana terão de deixar claro pra quê querem ser prefeitos, isto é, em torno de quais ideias, propósitos e projetos. Eis o desafio. POLÍTICA N??O MORDE A prefeitura de Americana não é uma empresa. A governança pública respira em função da capacidade dos atores políticos realizarem acordos e definirem estratégias e canais de diálogo com a sociedade.  Cargo técnico, concursado, comissionado, não importa, o sujeito terá de fazer política. Com ou menos vereadores. Com ou mais secretarias. Política não morde, mas fugir dela (ou fazê-la parcamente, como no governo anterior) pode ser letal.

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