Um quadrado de 3×3 metros. Paredes emboloradas, sem pintura, picotadas pelo espeto dos agentes penitenciários. Em cada buraquinho um ninho de percevejos. No chão, umidade e buracos provocados também pelos agentes prisionais. Uma cama de alvenaria de um lado; do outro, uma treliche improvisada em péssimo estado de conservação. No “banheiro” mais mofo, mais umidade, provocada por um fio de esgoto que escorre ininterrupto . Não há descarga. O vaso sanitário é quebrado no fundo, de modo a revelar todo o encanamento e excrementos ali depositados. O cheiro é nauseante.Neste ambiente infecto e desumano, Ras Geraldo Coptic tem passado trancafiado 12 horas por dia, com mais seis homens, três deles soropositivos, sem TV para distrair a mente, sem um mísero metro para esticar o corpo e muito menos um mínimo de privacidade.Esta é uma breve descrição do caos e barbárie proporcionado pelo Sistema Prisional Paulista aos “reeducandos”: homens que voltarão para o seio da sociedade em breve.