Em 24 de fevereiro de 1932 as mulheres brasileiras foram integradas na categoria indivíduo capaz de expressar opiniões políticas próprias por meio do voto. Durante o governo de Getúlio Vargas esse direito foi garantido através do Código Eleitoral, se tornando direito Constitucional em 1934, o voto abriu portas para a participação das mulheres na política, porém, não garantiu a conquista da igualdade entre os sexos.
Apesar do direito ao voto ter sido conquistado em 1932 o Brasil já havia eleito uma mulher como representante política da cidade de Lajes, interior do Rio Grande do Norte em 1928, Alzira Soriano de Souza foi a primeira mulher eleita no Brasil e na América Latina. Seu mandato foi interrompido depois de sete meses, a Comissão de Poderes do Senado impediu e anulou os 60% de votos recebidos por Alzira.No mesmo ano, Celina Guimarães Viana foi a primeira mulher a ter direito a voto, em Mossoró no Rio Grande do Norte a professora deu entrada em uma petição, requerendo sua inclusão na lista de eleitores, tendo um parecer favorável, Celina enviou um telegrama ao Presidente do Senado Federal apelando para que todas as mulheres participassem do processo eleitoral brasileiro. Diva Nolf Nazarino, estudante de Direito do Largo São Francisco iniciou sua luta pelo direito ao voto já nas eleições da entidade estudantil, sendo o ponto de partida para questionar a exclusão das mulheres no processo político eleitoral brasileiro. Ao ter seu pedido de voto negado, Diva argumentou: a Constituição de 1891 não negava categoricamente o direito às mulheres, como faz quanto ao alistamento militar. Para ela, não havia uma negação desse direito. Em 1993, após 61 anos do direito ao voto feminino o município de Americana elegeu pela primeira vez não somente uma, mas, duas mulheres como representantes da população, Maria Solange Vieira Xavier e Maria Inês da Silva foram vereadoras, as primeiras a conquistarem essa posição. O que há em comum entre essas mulheres é a luta pelo direito ao voto. Participantes da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF), organização fundada em 1922 que tinha como liderança a brasileira Bertha Lutz. A FBPF foi um importante passo para a consolidação da luta pelo sufrágio, sendo o Brasil o primeiro país do mundo a garantir esse direito às mulheres.
Milena Gomes Soares, estudante de História.