Alunos de oito e nove anos de idade dos terceiros anos da Escola Municipal do Ensino Fundamental, Emef, Paulo Freire, do Parque Novo Mundo, passaram por uma experiência lúdica que os transformou em leitores e escritores em 2017. O resultado foi a produção de três livros de contos, o nascimento do projeto “Era uma Vez”.
A ideia surgiu da professora Kelly Gonçalves quando, no meio do ano, surgiu o interesse de visitar a gráfica Adonis para que os alunos pudessem vivenciar de perto a confecção de um livro. “Queria mostrar aos alunos como um livro era feito, passando por todas as etapas até a edição final.”
“Depois da passagem pela Adonis, os próprios alunos manifestaram o interesse em escrever contos. Resolvemos ir além e trabalhar a produção de um livro”, disse Kelly que teve apoio das professoras das outras salas dos terceiros anos, Gisele Castelani, Maria Baliero e Hellen Cristina da Silva. No total, o projeto envolveu 120 alunos.
Kelly começou, em sala de aula, a estudar diversos tipos de contos. Cada dia havia a leitura de um livro diferente. Neste processo, que se estendeu por cerca de três meses, os alunos ??? com tema livre ??? começaram a escrever. “Foi muito interessante. Eles começaram a freqüentar mais vezes a biblioteca da escola. O pai, em casa, abraçou a ideia e incentivava o filho”, disse.
“Eu fiquei estimulada e os alunos também. Eles traziam os rascunhos, eu fazia uma leitura e entregava apontamentos. Os alunos voltavam com a história”, destacou Kelly. Antes da produção do trabalho a professora conversou com os alunos sobre o roteiro. Em primeiro lugar, é feita a apresentação dos personagens; em segundo, problemática dos contos; em terceiro, a solução dos conflitos e, por último, o final.
O conteúdo, em sua maioria, tinha ares de romance (o príncipe e a princesa) e, em diversos contos, os personagens eram os próprios alunos. Alguns títulos: “Amor eterno”, “A menina e a família”, “Era uma vez um reino muito distante daqui”, “As cenouras cobiçadas”, “A menina que tinha vontade de ser princesa” e “Um príncipe chamado Giovani”.
Para estruturar o livro e passar para a gráfica não podia faltar o desenho, a ideia do conto. Convidaram a professora de Arte, Patrícia Scalon, (que já fez ilustrações para vários livros) para participar do projeto. “A Patrícia sentou com cada aluno e conversou com ele sobre o conto. A partir deste mundo imaginado ela criou os desenhos”, revelou Kelly.
Os três livros, dos 120 alunos, com 29 páginas cada, foram para a gráfica em novembro. “?? muito gratificante. Depois de pronto, tanto para os professores quanto para os alunos, ficamos eufóricos, alegres, pegando o livro nas mãos”, disse emocionada Kelly. A noite de autógrafos (os alunos autografaram para os pais) aconteceu na escola na última sexta-feira, 8 de dezembro. O livro ficou com o nome de “Era uma Vez”.
“Percebemos que o interesse do aluno na leitura e na escrita aumentou muito. Sentimos que o projeto desenvolveu a criatividade, estimulou o contato com a biblioteca. Sinto que plantamos uma semente. Isto é para a vida inteira”, finalizou Kelly.
Avaliações
“A gente pensa nestes estes projetos como incentivo à leitura. Eles propiciam a riqueza do vocabulário. Queremos que os alunos consigam um repertório, analise critica e argumentos. A escola, uma vez por semana, durante 20 minutos, faz a leitura de um livro”, disse a diretora da escola, Cidinha Marques.
Trecho do livro “Um príncipe chamado Giovani”, de Giovani Facion
“Era uma vez em um reino chamado Lar Doce Lar, onde vivia um príncipe chamado Giovani. Ele tinha olhos e cabelos claros, cabelo enroladinho como de anjos e morava em uma casa, casa essa chamada de LAR, que significa: L de LIBERDADE, A de AMOR e R de RESPEITO”.
Depoimentos das outras professoras
Helen Cristina da Silva:
“O projeto possibilitou a construção de habilidades e competências na aprendizagem dos alunos. conhecer e entender a dinâmica das etapas da construção de um livro deixou nossos alunos motivados.”
Giseli Cristina Leite Castelani:
“O projeto foi enriquecedor para nossa pratica docente e mais gratificante a motivação e entusiasmo dos nossos alunos em produzir algo com conhecimento da sua real função.”
Maria das Dores Baleiro.
“A ideia surgiu diante de um trabalho realizado com o gênero textual conto. Ao percebermos o interesse e emprenho dos alunos, resolvemos expandir para além da sala de aula. O trabalho foi bastante gratificante.”