Americana mostra tratamento de doença em gatos durante conferência internacional
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Americana foi representada pela médica veterinária Aneli Marques Neves Conceição, responsável técnica do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), na XII Conferência Internacional da Medicina Veterinária do Coletivo, realizada na Universidade da Amazônia (UNAMA), em Belém (PA). Aneli fez uma apresentação, na quinta-feira (14), sobre a experiência do município no tratamento de gatos errantes diagnosticados com esporotricose, uma iniciativa inovadora e de grande relevância para a saúde pública.
A esporotricose é uma micose subcutânea causada pelo fungo Sporothrix, que pode afetar humanos e animais, especialmente gatos, principais transmissores da doença para as pessoas.
O trabalho, intitulado “Tratamento de gatos errantes com esporotricose pelo Centro de Controle de Zoonoses de Americana – SP”, relata os resultados de uma estratégia voltada à prevenção de novos casos humanos e ao controle da disseminação da doença entre os animais, evitando ao máximo a eutanásia de felinos acometidos.
“Acreditamos que o tratamento de felinos errantes com esporotricose é viável e deve ser associado a outras estratégias de controle da doença. No entanto, é necessário que os municípios contem com recursos e critérios bem definidos para garantir a efetividade das ações. Nosso objetivo sempre será promover saúde e bem-estar, com responsabilidade e técnica”, afirmou a veterinária.
Felinos errantes
Segundo o CCZ, entre 2023 e 2024 foram recolhidos 337 felinos errantes. Desses, 111 (cerca de um terço) receberam diagnóstico positivo para esporotricose. Ao chegarem ao CCZ, os animais passam por vacinação, microchipagem, castração e são mantidos em isolamento individual. O tratamento envolve antifúngico itraconazol e iodeto de potássio, com protocolos ajustados conforme o quadro clínico.
Dos gatos tratados no período analisado, 57 foram curados. Entre eles, 70% retornaram ao local de origem, 18% foram adotados e 12% permanecem no CCZ. Já 45% dos diagnosticados não resistiram ou precisaram ser submetidos à eutanásia por complicações, agressividade ou comorbidades.
“Essa apresentação representa o reconhecimento do esforço técnico e científico da equipe do CCZ de Americana. Estamos lidando com uma doença de alto impacto para a saúde pública e o nosso compromisso é adotar medidas responsáveis, éticas e baseadas em evidências para proteger tanto a população humana quanto animal”, afirmou o secretário de Saúde, Danilo Carvalho Oliveira.
“O enfrentamento da esporotricose em gatos errantes exige um trabalho complexo, que envolve vigilância constante, cuidado técnico e responsabilidade social. O reconhecimento desse trabalho em uma conferência internacional reforça que estamos no caminho certo”, destacou o diretor da Unidade de Vigilância em Saúde (Uvisa), Antônio Donizetti Borges.
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