Gratuito e colaborativo, sistema cruza em seu banco de dados a tabela PMC (Preço Máximo ao Consumidor) do Ministério da Saúde e os menores valores praticados na região do consumidor. Com isto, ele tem em suas mãos uma referência para negociar com a farmácia

O ditado é velho, mas a união sempre faz a força. E quando consumidores se unem, o impacto no bolso é imediato. Foi o que aconteceu com 500 mil usuários do aplicativo MediPreço, uma plataforma colaborativa e gratuita que ajuda na compra de medicamentos. Desde o início do ano, já foram contabilizados R$ R$ 2,5 milhões economizados e que ficaram nos bolsos dos clientes. Até o fim do ano, a meta é ultrapassar os R$ 3 milhões.
O aplicativo funciona como uma ferramenta para empoderar os usuários, que são informados em tempo real sobre o valor máximo que pode ser cobrado em um determinado medicamento, conforme a tabela estabelecida pelo Ministério da Saúde, e o menor preço pago naquela região. Assim, ele pode barganhar com o atendente um desconto, mostrando o preço do concorrente. Quem compra, posta na plataforma quanto pagou, informando a todos os valores praticados. “Temos uma base de dados com 25mil medicamentos cadastrados, em 70 mil farmácias pelo Brasil. Nossos usuários nos dão ótimos retornos, relatando que conseguem uma economia média de 30%”, destaca Gregório Salles, um dos criadores da ferramenta.
Para se ter uma ideia da relevância do aplicativo, a variação de preço pode chegar a 400%, segundo o Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ). E como medicamentos geralmente são produtos adquirido em meio a uma urgência, nem sempre o cliente tem tempo ou disposição para pesquisar de farmácia em farmácia.  “O MediPreço atende o usuário na hora que mais precisa. Quem vai à farmácia, muitas vezes se encontra em uma situação de fragilidade, seja por uma enfermidade urgente ou por uma doença que precisa de atenção e controle”, ressalta Alexandre Máximo, também desenvolvedor do MediPreço.
Com a colaboratividade da ferramenta, cria-se uma rede de fiscalização para impedir a cobrança de valores abusivos, cada usuário se torna um fiscal em defesa de boas práticas de mercado. Todo layout e usabilidade foi formatada para ser de simples acesso, permitindo que qualquer pessoa consiga facilmente acessar e postar, inclusive o sistema de consulta tem um scanner de código de barras para evitar erros na digitação das fórmulas complexas.
Usuário do MediPreço, Marco Resende adotou de vez a plataforma há alguns meses. O especialista em tecnologia da informação faz uso de um medicamento contínuo, o maleato de enalapril, que segundo ele costumava pagar cerca de R$ 32, agora tem comprado por R$ 17, R$ 16 e até por R$ 15, uma economia de mais de 50%. “Por me dar um referencial, tenho conseguido negociar na farmácia os valores e conseguido bons descontos. Gostei tanto que toda vez que compro um remédio agora, eu posto quanto paguei”, explica.