Artigo. Não à volta da Ditadura Militar!

Política crítica,

Artigo. Não à volta da Ditadura Militar!

17 de dezembro de 2015

??? A história se repete, a primeira vez
 como tragédia e a segunda como farsa”. (Karl Marx). 
Meio século já se passaram do advento do golpe militar de 31 de março de 1964. Na ocasião, o presidente João Goulart, sem a necessária adesão das forças legalistas que poderia dar sustentação a seu governo de esquerda, exilou-se no Uruguai. Porém, desde os tempos da República velha os militares arquitetavam um golpe e a conquista do poder, mas fatos históricos vinham retardando tal iniciativa desde os governos de Getúlio Vargas e Jucelino Kubitscheck, até cuminar com a renúncia de Jânio Quadros. ??? Nos primeiros dias após o golpe, uma violenta repressão atingiu os setores politicamente mais mobilizados à esquerda no espectro político, como por exemplo o CGT, a União Nacional dos Estudantes (UNE), as Ligas Camponesas e grupos católicos como a Juventude Universitária Católica (JUC) e a Ação Popular (AP). Milhares de pessoas foram presas de modo irregular, e a ocorrência de casos de tortura foi comum áqueles classificados como subversivos. Milhares de pessoas foram atingidas em seus direitos: parlamentares tiveram os seus mandatos cassados, cidadãos tiveram os seus direitos políticos suspensos e funcionários públicos civis e militares foram demitidos ou aposentados.  Ao mesmo tempo que importantes setores da sociedade brasileira: empresários, imprensa, latifundiários, setor conservador da Igreja Católica, governadores de estados e setores da classe média, os quais acreditavam que os militares poderiam controlar a crise econômica  que abatia sobre o país e por um fim ao governo com forte orientação de esquerda e, ou comunista. O golpe também foi patrocinado pelo governo dos Estados Unidos que possuia diversas atividade econômicas no Brasil. ¨ Sob o prisma econômico, a oposição norte-americana ao governo de João Goulart arraigou-se a cada medida que desfavorecia as suas multinacionais em território brasileiro. Na época, 31 das 55 maiores empresas existentes no Brasil eram americanas. A remessa de lucros dessas multinacionais não obedecia a quaisquer critérios, sendo maiores do que os investimentos feitos no país.??? O golpe também foi recebido com alívio pelo governo norte-americano, satisfeito de ver que o Brasil não seguia o mesmo caminho de Cuba, onde a guerrilha liderada por Fidel Castro havia conseguido tomar o poder. Os Estados Unidos acompanharam de perto a conspiração e o desenrolar dos acontecimentos, principalmente através de seu embaixador no Brasil, Lincoln Gordon, e do adido militar, Vernon Walters, e haviam decidido, através da secreta “Operação Brother Sam”, dar apoio logístico aos militares golpistas, caso estes enfrentassem uma longa resistência por parte de forças leais a Jango. ¨ Através da CIA, o Ibad teria recebido entre 12 e 20 milhões de dólares para movimentar a operação de desmoralização do governo de Jango. Em 1960, investidores norte-americanos controlavam 85% das fontes de matérias-primas na América Latina. No início da década de sessenta, 97,3% do minério de ferro brasileiro estava sendo explorado por companhias controladas por grupos estrangeiros: dos Estados Unidos havia a Hanna Mining, a U.S. Steel e a Bethlehem Steel; da Alemanha a Mannesman e da Bélgica a Belgo Mineira. “A miséria resultante do atraso econômico (…) poderia propiciar revoluções lideradas por nacionalistas, socialistas ou simpatizantes do nazi-fascismo, movimentos que punham em xeque os interesses dos Estados Unidos. Quase um milhão de alemães habitavam a atual Região Sul do Brasil, considerada cabeça-de-ponte para a ocupação do Atlântico Sul pelos germânicos (…). Dentre as várias possibilidades consideradas pelo Office Strategic Service (OSS), uma delas foi a invasão do Rio Grande do Sul”2 . Sob novos paradigmas, criados no pós Guerra Fria, relevantes questões estão em discussão na América Latina, como a ALCA e o “narco-terrorismo”, o que não exclui no nosso entendimento, a questão subjacente, que continua sendo a garantia de acesso aos recursos naturais para o desenvolvimento. Portanto, não é prudente relaxar a vigilância. As multinacionais por atuarem em escala global levam em consideração o resultado agregado de sua atuação, não se importando com eventuais prejuízos conjunturais em uma determinada região, principalmente considerando que muitas vezes estes “prejuízos”, decorrem de estratégia para a conquista de mercados e a superação da concorrência. A lógica da expansão da multinacional, apresenta autonomia em relação aos interesses de um país , muitas vezes podendo ir contra estes mesmos interesses. ??? Fragmentos sobre a ditadura no Brasil.??? Um ditador não passa de uma ficção. Na verdade, o seu poder dissemina-se entre numerosos subditadores anônimos e irresponsáveis cuja tirania e corrupção não tardam a tornar-se insuportáveis. Gustave Le Bon. PAULO CESAR CASSIN

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17 de dezembro de 2015

??? A história se repete, a primeira vez
 como tragédia e a segunda como farsa”. (Karl Marx). 
Meio século já se passaram do advento do golpe militar de 31 de março de 1964. Na ocasião, o presidente João Goulart, sem a necessária adesão das forças legalistas que poderia dar sustentação a seu governo de esquerda, exilou-se no Uruguai. Porém, desde os tempos da República velha os militares arquitetavam um golpe e a conquista do poder, mas fatos históricos vinham retardando tal iniciativa desde os governos de Getúlio Vargas e Jucelino Kubitscheck, até cuminar com a renúncia de Jânio Quadros. ??? Nos primeiros dias após o golpe, uma violenta repressão atingiu os setores politicamente mais mobilizados à esquerda no espectro político, como por exemplo o CGT, a União Nacional dos Estudantes (UNE), as Ligas Camponesas e grupos católicos como a Juventude Universitária Católica (JUC) e a Ação Popular (AP). Milhares de pessoas foram presas de modo irregular, e a ocorrência de casos de tortura foi comum áqueles classificados como subversivos. Milhares de pessoas foram atingidas em seus direitos: parlamentares tiveram os seus mandatos cassados, cidadãos tiveram os seus direitos políticos suspensos e funcionários públicos civis e militares foram demitidos ou aposentados.  Ao mesmo tempo que importantes setores da sociedade brasileira: empresários, imprensa, latifundiários, setor conservador da Igreja Católica, governadores de estados e setores da classe média, os quais acreditavam que os militares poderiam controlar a crise econômica  que abatia sobre o país e por um fim ao governo com forte orientação de esquerda e, ou comunista. O golpe também foi patrocinado pelo governo dos Estados Unidos que possuia diversas atividade econômicas no Brasil. ¨ Sob o prisma econômico, a oposição norte-americana ao governo de João Goulart arraigou-se a cada medida que desfavorecia as suas multinacionais em território brasileiro. Na época, 31 das 55 maiores empresas existentes no Brasil eram americanas. A remessa de lucros dessas multinacionais não obedecia a quaisquer critérios, sendo maiores do que os investimentos feitos no país.??? O golpe também foi recebido com alívio pelo governo norte-americano, satisfeito de ver que o Brasil não seguia o mesmo caminho de Cuba, onde a guerrilha liderada por Fidel Castro havia conseguido tomar o poder. Os Estados Unidos acompanharam de perto a conspiração e o desenrolar dos acontecimentos, principalmente através de seu embaixador no Brasil, Lincoln Gordon, e do adido militar, Vernon Walters, e haviam decidido, através da secreta “Operação Brother Sam”, dar apoio logístico aos militares golpistas, caso estes enfrentassem uma longa resistência por parte de forças leais a Jango. ¨ Através da CIA, o Ibad teria recebido entre 12 e 20 milhões de dólares para movimentar a operação de desmoralização do governo de Jango. Em 1960, investidores norte-americanos controlavam 85% das fontes de matérias-primas na América Latina. No início da década de sessenta, 97,3% do minério de ferro brasileiro estava sendo explorado por companhias controladas por grupos estrangeiros: dos Estados Unidos havia a Hanna Mining, a U.S. Steel e a Bethlehem Steel; da Alemanha a Mannesman e da Bélgica a Belgo Mineira. “A miséria resultante do atraso econômico (…) poderia propiciar revoluções lideradas por nacionalistas, socialistas ou simpatizantes do nazi-fascismo, movimentos que punham em xeque os interesses dos Estados Unidos. Quase um milhão de alemães habitavam a atual Região Sul do Brasil, considerada cabeça-de-ponte para a ocupação do Atlântico Sul pelos germânicos (…). Dentre as várias possibilidades consideradas pelo Office Strategic Service (OSS), uma delas foi a invasão do Rio Grande do Sul”2 . Sob novos paradigmas, criados no pós Guerra Fria, relevantes questões estão em discussão na América Latina, como a ALCA e o “narco-terrorismo”, o que não exclui no nosso entendimento, a questão subjacente, que continua sendo a garantia de acesso aos recursos naturais para o desenvolvimento. Portanto, não é prudente relaxar a vigilância. As multinacionais por atuarem em escala global levam em consideração o resultado agregado de sua atuação, não se importando com eventuais prejuízos conjunturais em uma determinada região, principalmente considerando que muitas vezes estes “prejuízos”, decorrem de estratégia para a conquista de mercados e a superação da concorrência. A lógica da expansão da multinacional, apresenta autonomia em relação aos interesses de um país , muitas vezes podendo ir contra estes mesmos interesses. ??? Fragmentos sobre a ditadura no Brasil.??? Um ditador não passa de uma ficção. Na verdade, o seu poder dissemina-se entre numerosos subditadores anônimos e irresponsáveis cuja tirania e corrupção não tardam a tornar-se insuportáveis. Gustave Le Bon. PAULO CESAR CASSIN

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