O setor de alimentação fora do lar contribui mais uma vez para o número positivo da criação de empregos formais no país. Em março, 10.441 novas vagas foram criadas no setor (ao todo, no Brasil, o crescimento foi de 195 mil novos postos de trabalho). O aumento em relação a fevereiro, de 0,67%, coloca o setor entre os que têm melhor porcentagem de crescimento, só perdendo para construção (1,36%), administração pública (0,78%) e transportes (0,92%).
“Mostramos resiliência, mas este número poderia ser ainda maior não fosse a situação difícil em que se encontra boa parte dos empreendimentos. A maioria do nosso setor trabalhou sem lucro em fevereiro, segundo nossa pesquisa, com 30% realizando prejuízo, graças a problemas acumulados, como inflação e endividamento. Em uma situação destas, fica difícil contratar. Mesmo assim, é um ótimo número. E quando se olham os últimos doze meses, foram quase 150 mil novas vagas criadas em nosso setor”, afirma Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.
“É preciso uma atenção especial com um setor que contribui tanto com o país. Ainda sofremos com os efeitos das restrições e períodos de fechamento impostos durante a pandemia, pagando uma conta injusta e desproporcional. O Congresso acaba de aprovar a lei que mantém boa parte dos bares e restaurantes fora do alcance do Perse, programa de benefícios fiscais, ao exigir que o estabelecimento tenha inscrição prévia no Ministério do Turismo. Na prática, criam duas classes de empresários em nosso setor: os que serão salvos e os que ficarão à própria sorte”, completa Solmucci.