O prefeito Benjamim Bill Vieira de Souza, presidente do Consimares (Consórcio Intermunicipal de Manejo de Resíduos Sólidos), cobrou a implantação efetiva da logística reversa nos municípios da RMC (Região Metropolitana de Campinas). A manifestação do gestor novaodessense ocorreu nesta terça-feira (10), no auditório da Prefeitura de Nova Odessa, durante a oficina que marcou o lançamento do projeto-piloto “Compostagem nas Escolas”. Por meio da iniciativa, escolas municipais de sete cidades da região vão receber equipamentos, suprimentos e suporte técnico do consórcio para transformar sobras de frutas, verduras e legumes em adubo orgânico.
A logística reversa se tornou obrigatória no Brasil em 2010, com a vigência da lei 12.305, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. De acordo com a lei, fabricantes e revendedores devem criar sistemas de coleta de materiais como lâmpadas fluorescentes, embalagens de bebidas, óleos lubrificantes usados e contaminados e pneus inservíveis.
“Precisamos ter uma visão diferente, nos unir e cobrar as grandes empresas. Temos de exigir que elas cumpram a lei e implantem a logística reversa imediatamente em todos os municípios, como determina a lei há nove anos. O Consimares foi criado para fortalecer os prefeitos na luta pela implementação de políticas que melhorem a qualidade de vida nos municípios, mas precisamos da união de todos”, afirmou o prefeito Bill.
Falando para um grupo de aproximadamente 50 educadores e técnicos ambientais que atuarão como multiplicadores no projeto, o prefeito defendeu a destinação correta de resíduos. “Precisamos olhar para os resíduos sólidos como algo que dá lucro. Além de ser uma potencial fonte de renda, os resíduos corretamente destinados geram benefícios à sociedade. O município que trata corretamente seu lixo tem mais saúde”, disse Bill.
No início de agosto, Nova Odessa inaugurou a primeira usina de compostagem de lodo de esgoto da RMC. A unidade, construída na área da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) Quilombo, próximo ao limite com Americana, tem capacidade para produzir 160 toneladas de fertilizante orgânico por mês e permitirá uma economia de pelo menos R$ 600 mil por ano com a destinação de lodo de esgoto, resíduo gerado durante o processo de tratamento.
De acordo com o superintendente do Consimares, Valdemir Ravagnani, o “Mimo”, são geradas, em média, 21 mil toneladas de resíduos por mês nos sete municípios consorciados (Capivari, Elias Fausto, Hortolândia, Monte Mor, Nova Odessa, Santa Bárbara d’Oeste e Sumaré). “Os municípios gastam mais de R$ 800 mil mensais para dar a destinação correta às embalagens que vão para o lixo”, exemplificou Mimo.
COMPOSTAGEM NAS ESCOLAS. Por meio do projeto, o Consimares quer ajudar os municípios a mudarem esse cenário. O evento desta terça foi o primeiro passo para essa mudança. Durante duas horas, a engenheira civil Luana Garcia, representante de uma empresa especializada, explicou – passo a passo – aos multiplicadores como funciona o processo de compostagem doméstica com auxílio de minhocas. A partir da oficina, 14 escolas indicadas pelas respectivas prefeituras – duas de cada cidade integrante do consórcio – iniciarão a compostagem com suporte do Consórcio Intermunicipal de Manejo de Resíduos Sólidos.
Cada escola selecionada recebeu uma composteira doméstica, um kit completo para produção de adubo orgânico e um manual de instruções. “A compostagem vai produzir adubo para o uso em hortas cultivadas nas próprias escolas, que podem se tornar instrumentos pedagógicos importantes”, destacou Luana.
As escolas ‘Professora Alzira Ferreira Delegá’, localizada no bairro Green Village, e ‘Professora Augustina Adamson Paiva’, no Jardim São Francisco, foram escolhidas pelas secretarias de Educação e Meio Ambiente para representar Nova Odessa no projeto. Atualmente, nenhuma delas possui horta. No entanto, já fazem planos para plantar verduras e legumes. “Nós já tivemos horta na escola. Agora, com a compostagem, vamos retomar o plantio”, adiantou a coordenadora da escola Alzira, Josiane Inácio Biagio.