Bioimpedância em alta- Um levantamento inédito realizado pela Omron Healthcare, multinacional japonesa líder mundial em dispositivos de saúde, constatou que 80,4% das pessoas em uma amostra com 767 indivíduos apresentaram um percentual de gordura visceral acima dos 10% da gordura total do corpo. O valor está acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde.
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O resultado foi extraído de uma ação realizada pela companhia em farmácias por todo o país, na qual também foram avaliados a pressão arterial, percentual de massa magra e eletrocardiograma de uma derivação, com algoritmo capaz de identificar uma arritmia chamada Fibrilação Atrial.
A gordura visceral é um tipo de gordura que se acumula dentro da cavidade abdominal, e é fator de risco para doenças cardiovasculares, em especial infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e doença aterosclerótica.
Levantamento com Balança Bioimpedância com Bluetooth HBF-222T da OMRON.
Audes Magalhães Feitosa, médico cardiologista e autor da última diretriz brasileira de medida da pressão arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia afirma que a gordura visceral é mais do que um simples depósito energético.
“Ela é um órgão metabolicamente ativo que libera substâncias inflamatórias e interfere diretamente no funcionamento do organismo. Quando seu volume ultrapassa 10%, os riscos cardiovasculares aumentam significativamente. Esse excesso de gordura no abdome está fortemente associado à resistência à insulina, hipertensão arterial, dislipidemia e inflamação crônica, fatores que elevam a probabilidade de infarto e AVC”, ressalta.
Além disso, segundo o médico, a gordura visceral favorece o acúmulo de placas de gordura nas artérias (aterosclerose). “Ela prejudica a função endotelial, dificultando a regulação da pressão arterial e aumentando o risco de eventos cardiovasculares graves”.
Fenômeno TOFI (Thin Outside, Fat Inside) – Magro por fora, Gordo por dentro
Além disso, a amostra constatou que 49% das pessoas estavam acima do peso; destas, metade nas faixas de obesidade, quando o IMC (Índice de Massa Corporal) estava acima de 29.9.
“Há indivíduos que possuem um IMC dentro da faixa considerada normal, mas apresentam acúmulo excessivo de gordura visceral. Esse fenômeno é conhecido como “TOFI” (Thin Outside, Fat Inside – Magro por fora, gordo por dentro). Essas pessoas podem não parecer acima do peso ao olhar no espelho, mas metabolicamente apresentam riscos semelhantes aos de indivíduos obesos. O excesso de gordura visceral pode desencadear um estado inflamatório crônico e resistência à insulina, aumentando as chances de desenvolver doenças como diabetes tipo 2, hipertensão e aterosclerose. Isso mostra que o IMC, por si só, não é suficiente para avaliar o risco metabólico e que a análise da composição corporal deve ser levada em consideração”, complementa Feitosa.