Brasil tem mais de 5 mil neurologistas, altamente qualificados, e prontos para atender à demanda de doenças neurológicas
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As doenças neurológicas representam um desafio de saúde global importante e crescente, com amplos impactos na saúde, sociais e econômicos, segundo o Relatório Global Status Report on Neurology, divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em outubro. O estudo traz alguns dados sobre as diferenças de preparo entre os países para atender à crescente demanda das doenças neurológicas.
Embora vitais para o desenho e planeamento de políticas de saúde, estima-se que em 2021 as doenças neurológicas afetaram aproximadamente 3,4 bilhões de pessoas (42% da população global) em todos os Estados-Membros da OMS, causando mais de 435 milhões de anos de vida ajustados por incapacidade (DALYs), tornando estas condições a principal causa de problemas de saúde e incapacidade em todo o mundo.
Juntas, as 37 condições neurológicas causaram 11,8 milhões de mortes, 162 milhões de anos vividos com incapacidade e 272 milhões de anos de vida perdidos globalmente. As 10 principais doenças neurológicas que contribuíram para a perda de saúde globalmente em 2021 foram AVC, encefalopatia neonatal, enxaqueca, doença de Alzheimer e outras demências, neuropatia diabética, meningite, epilepsia idiopática, complicações neurológicas associadas ao parto prematuro, transtornos do espectro autista e cânceres do sistema nervoso.
No Brasil, a Academia Brasileira de Neurologia informa que há 5866 especialistas em atuação na área, uma média de 2,76 especialistas por 100 mil habitantes. No total, há 6.617 registros de especialistas, pois 751 indivíduos (12,8%) estão inscritos em mais de um CRM/UF.
Há, de fato, uma concentração maior de profissionais na região Sudeste, com 53,5% do total, 3831 especialistas. Mas há médicos especialistas em neurologia em todo o país, com 1183 no Sul (17,5%), 1290 no Nordeste (17%), além de 556 no Centro-Sul e 226 no Norte. Não faltam neurologistas, mas a distribuição é desigual. Enquanto nas regiões Sul e Sudeste, há até 3,70 médicos por 100 mil habitantes, nas regiões Norte e Nordeste, essa equivalência cai para até 0,88 neurologistas por 100 mil habitantes.
Do total de médicos neurologistas atuando no Brasil, 56,8% são homens(3638) e 43,2%, mulheres (3447). A idade média dos profissionais é de 47,8 anos. E todos estão plenamente aptos a exercer a neurologia com excelência.
Segundo o levantamento da OMS, só 49 países dos 194 Estados-membros (25%) incluem desordens neurológicas nos pacotes de cobertura universal de saúde. Mas o relatório cita o Brasil como um exemplo positivo de política integrada. O atendimento no Sistema Único de Saúde ainda está longe do ideal, mas a ABN trabalha alinhada com as diretrizes da OMS, que recomenda, em seu relatório, algumas ações de prevenção, tais como:
1) promoção de comportamentos saudáveis ao longo da vida;
2) controle de doenças infeciosas;
3) promoção do desenvolvimento cerebral ideal em crianças e adolescentes;
4) prevenção de traumatismos cranianos/medulares e deficiências associadas; e
5) redução dos riscos ambientais.

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