CBN – Depois de quase 100 dias de investigações, a Polícia Civil finalizou o inquérito sobre as mortes de três pacientes no Hospital Vera Cruz, em Campinas. Quatro pessoas foram indiciadas por homicídio doloso e fraude processual. Entre os indiciados estão os médicos Adilson Prando e José Luiz Cury Marins, sócios da RMC, empresa responsável pelo departamento de ressonância magnética do hospital. Os demais são os filhos deles, os também médicos Marcos Marins e Patrícia Prando.

No final do último mês de janeiro os três pacientes, Mayra Cristina Augusto Monteiro, de 25 anos, Manuel Pereira de Souza, de 39 anos e Pedro José Ribeiro Porto Filho, de 36 morreram logo após receberem na veia um produto industrial identificado como perfluorocarbobono. O produto injetado nos pacientes foi preparado por uma auxiliar de enfermagem que trabalhava no local a apenas 10 dias. 
A polícia concluiu que ela foi induzida ao erro pois o material estava embalado sem nenhum tipo de identificação em bolsas semelhantes a de soro. Na clínica o produto era aplicado sobre o corpo do paciente para melhorar a imagem. De acordo com a delegado José Carlos Fernandes,pela forma como os procedimentos eram feitos no local, os indiciados assumiram os riscos das mortes.
Segundo ele, a responsabilização por homicídio doloso prevê pena de 6 a 20 anos e a fraude processual de até 4 anos. O inquérito isenta de culpa o Hospital Vera Cruz que é sócio da clínica de ressonância. A polícia concluiu que a sociedade entre as partes se restringe ao campo financeiro. De acordo com o delegado, o inquérito vai se relatado e encaminhado dentro de 15 dias para o Ministério Público e Poder Judiciário.