O fim da quarentena está atrelado ao preço da maioria das ações, visto que a bolsa de valores pode ser guiada no 2º semestre pela diminuição de casos do novo coronavírus. A partir de julho, segundo o sócio fundador da iHUB Investimentos, Paulo Cunha, a tendência deve ser de uma continuação da recuperação dos ativos, mas sem descartar a probabilidade de possível segunda onda de casos e novas medidas de restrição, que podem impactar na volatilidade.

Ações de exportadoras, que possuem receita em dólar, empresas de utilidades públicas como de saneamento básico e energia elétrica dominam a maioria das escolhas, por serem consideradas mais resilientes à crise. Segundo o especialista, essas podem ser os setores de maior relevância para quem deseja investir no 2º semestre.

“Quando tratamos de investimentos a partir de julho, podemos levar em consideração recomendações sobre a recuperação de grandes ações, como empresas do setor financeiro. Entre elas estão varejistas de lojas físicas e companhias aéreas, porém, vale ressaltar a importância da avaliação do investidor em cada escolha”, explica Cunha. “O fim da quarentena já está no preço da maioria das ações. Isso posto, o que deve guiar as bolsas no segundo semestre é o quão sustentável será a diminuição dos casos quando as pessoas voltarem a ter contato físico”, completa.

As grandes empresas de tecnologia e do varejo online foram as que se saíram “vencedoras” nessa crise. Em muitos casos o valor atual das ações já reflete um futuro extremamente promissor a essas empresas. De acordo com Cunha, há uma dúvida entre os analistas se todos esses resultados projetados serão de fato tão promissores no futuro a médio e longo prazo.

“Investir durante a crise pode ser uma ótima oportunidade, principalmente quando tratamos de investimentos a longo prazo, visto que existem muitas ações extremamente descontadas. É importante ter em mente um tempo de maturação de pelo menos cinco anos, não se assustar com variações que podem via a ser muito bruscas e, apesar de tudo, manter aportes constantes ao longo do tempo”, finaliza Paulo Cunha.

Bolsas mundiais

Na avaliação de Paulo Cunha, o mercado financeiro, seja no Brasil ou no mundo, sempre acontece uma antecipação dos acontecimentos futuros. “A bolsa vive de expectativas”, aponta.

Em boa medida a Bolsa Americana (S&P 500) já recuperou 30% do fundo que marcou em março. A NASDAQ, Bolsa de Tecnologia Americana, já se encontra nos topos históricos. Por aqui a recuperação segue mais tímida, mas ainda assim recuperamos já metade da queda que sofremos nos meses de fevereiro e março. Vacinas, remédio de recuperação rápida e efetiva podem impactar no desempenho da bolsa.