O Índice de Confiança do Consumidor Paulista (ICCP), desenvolvido

pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP) em parceria com a PiniOn, apresentou um declínio em março, atingindo 104 pontos. Isso representa uma queda de 2,8% em relação a fevereiro e de 4,6% em comparação com o mesmo período do ano anterior, marcando a quarta queda mensal consecutiva e a segunda retração interanual.

Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), comenta: “Os resultados do ICCP refletem um cenário de diminuição da confiança dos consumidores paulistas, embora o índice ainda se mantenha no campo otimista. Essa diminuição se explica pela deterioração na percepção da situação financeira atual e, com mais intensidade, pela piora das expectativas em relação ao emprego e à renda futuros.”

Consumidor Paulista com tendência de queda em março, mas permanece no campo otimista

No que diz respeito à distribuição por classes socioeconômicas, os dados revelam um resultado misto. Houve uma queda na confiança das classes C e DE, enquanto as famílias da classe AB experimentaram um aumento.

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A redução generalizada da confiança se refletiu na diminuição da disposição dos entrevistados para adquirir itens de maior valor, como carro e casa, e também bens duráveis, enquanto a intenção de investir permaneceu estável.

Cidade de São Paulo 

Paralelamente, o Índice de Confiança do Consumidor da Cidade de São Paulo (ICCSP) permaneceu estável em março, registrando 97 pontos, mas apresentou uma queda de 4,0% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse é o terceiro declínio consecutivo em termos interanuais, mantendo o indicador no campo pessimista.

“A análise dos dados do ICCSP sugere que a deterioração da percepção em relação às situações financeiras atual e futura foi menos expressiva, em comparação com o mês anterior, embora o índice ainda permaneça abaixo dos 100 pontos. Esse resultado levou a um aumento no interesse dos consumidores em investir e adquirir bens duráveis, apesar da diminuição na intenção de comprar itens de maior valor”, destaca Ruiz de Gamboa.

Em resumo, os resultados do ICCP e do ICCSP de março apresentaram reduções em termos mensais no primeiro caso, e anuais em ambos os casos, com piora das percepções em relação à situação financeira atual e, principalmente, em termos das expectativas das evoluções da renda e do emprego. A tendência negativa que esses indicadores vêm mostrando refletiria o processo de desaceleração da economia, iniciado no ano passado, num contexto de aumento do desemprego, elevado endividamento das famílias e de juros ainda muito altos.

 

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