Neste momento de pandemia da Covid-19, em que a telemedicina e a prescrição eletrônica foram regulamentadas emergencialmente pelo Ministério da Saúde, já está disponível à população um sistema de dispensação de receitas online.

Com investimento de R$ 6 milhões desde 2016 – e previsão de injeção futura de mais R$ 4 milhões -, a plataforma disruptiva do Sibrafar (Sistema Brasileiro de Farmácias) está conquistando mercado graças à praticidade, confiabilidade e segurança de seu hub de integração.

De um lado, o Sibrafar recebe receitas prescritas pelos médicos via empresas de prontuário e prescrição eletrônicos; de outro, torna as receitas acessíveis pelas redes farmácias e drogarias de todo o país, sem uso de papel. Elas podem ser acessadas na plataforma mediante informe do CPF de cada paciente.

De acordo com Marcelo Ferraz, CEO do Sibrafar, a plataforma disponibiliza às farmácias receitas em tempo real. A segurança é garantida pelas assinaturas digitais (via certificação ICP-Brasil) e pela Lei de Proteção às Informações. A expectativa é que até o final do ano a plataforma esteja plugada em 30 mil farmácias, com um volume de 8 milhões de receitas digitais.

Para ele, quem mais ganha são os pacientes que, na maioria dos casos, não querem se deslocar até as farmácias por conta do Covid-19.

Arison Siqueira, diretor comercial da MedSystem – empresa pioneira na solução de prontuário eletrônico e foi a primeira a integrar a plataforma disruptiva – aposta que, assim como o Uber no ramo de transporte e a Netflix no de entretenimento, o hub de integração do Sibrafar tende a se tornar a ferramenta padrão essencial da cadeia de saúde. A expectativa é gerar mais de 20 milhões de prescrições este ano na sua cadeia de mais de 10 mil médicos.

Para ele, a plataforma disruptiva garante segurança em dois processos cruciais dessa cadeia: o trânsito de informações clínicas (prontuários) e a prescrição das receitas médicas.

“Conseguimos fazer algo que vai além do simples envio da prescrição com assinatura digital. O médico faz a prescrição e ela cai diretamente na farmácia – o paciente só se desloca uma vez pra fazer a retirada do seu medicamento. Isso é um ganho para a medicina com valor imensurável. Toda a cadeia sai ganhando em segurança”, orgulha-se.

Mercado
Para o presidente da Farma Conde, Manoel Conde, a plataforma resolve um problema organizacional no recebimento de receitas digitais. Recebemos contatos e e-mails de várias empresas de prescrição querendo enviar suas receitas digitais, mas, é uma verdadeira confusão, com cada uma enviando do seu jeito, afirma Conde.

“O Sibrafar é o modelo ideal, com todas as receitas num só lugar, padronizadas e com certificação digital das assinaturas”, afirma. A rede atende cerca de 2,5 milhões de clientes em 230 drogarias e oito farmácias de manipulação distribuídas por mais de 80 cidades do Estado de São Paulo.

A Farmadelivery ??? considerada uma das maiores empresas do e-commerce brasileiro – também foi alvo de inúmeros pedidos de credenciamento por empresas prescritoras, mas optou por centralizar os recebimentos de receitas pela plataforma única do Sibrafar. “?? o momento certo para essas mudanças no cenário da saúde brasileira. Todos vão ganhar”, acredita Rodrigo César dos Santos, sócio da empresa.

Para Rupen Grisi Kuyumjian, diretor da Abradess (Associação Brasileira de Desenvolvimento e Serviços de Softwares), a crise do coronavírus expôs o atraso tecnológico da saúde brasileira, já que em alguns países o modelo de dispensação de receitas eletrônicas existe há décadas. “Tivemos uma evolução de 20 anos em 2 meses. ?? um movimento sem volta”, diz ele. Kuyumjian pontua que, nos Estados Unidos, o avanço de plataformas para o sistema de receituário (e-prescription), criado há mais de 20 anos, gera uma economia anual de U$ 52 bilhões (mais de R$ 251 bilhões) e permite a Governo, indústrias farmacêuticas, seguros de saúde, farmácias e aos próprios prescritores a rastreabilidade e o controle efetivo dos medicamentosas em uso e circulação.