O Instituto Brasileiro de Tributação e Planejamento, IBPT, em seu último estudo trouxe os dados referentes a movimentação de cargas no país, comparando o período de isolamento social com os meses anteriores.
Para o head de estudos do IBPT e do Empresômetro Inteligência de Mercado, Gilberto Luiz do Amaral, é possível acompanhar, através dos dados públicos do mercado brasileiro, inclusive as notas fiscais eletrônicas, o cenário do setor de logística de cargas.
“A nossa metodologia levou em conta a quantidade e valor das Notas Fiscais Eletrônicas (NF-e) emitidas desde janeiro de 2018, com comparativo mês a mês, até a primeira quinzena de abril de 2020, identificando a queda nos diversos setores da economia”, diz o consultor.
A maior variação negativa foi do setor automotivo, incluindo além das montadoras também a cadeia de matérias primas, peças e acessórios para veículos e por conseguinte a distribuição e varejo. A queda do setor foi superior a 89%, isto é, durante o primeiro mês de restrições, 16 de março a 15 de abril, houve uma redução estrondosa na movimentação de cargas destinadas ao mercado automotivo.
A indústria como um todo foi também muito afetada pela pandemia, com uma perda de mais de 79% na movimentação de cargas do setor.
Mas, outros setores foram beneficiados. Segundo as informações retiradas do estudo, o e-commerce, medicamentos e supermercado cresceram, 46%, 23% e 11% respectivamente.
“Esse crescimento é resultado direto das restrições impostas para a redução do contágio, uma vez que, com grande parte do comércio fechado, o consumidor buscou na internet uma forma de adquirir esses produtos, aumentando a circulação dessas cargas”, explica Amaral.
Quinzenas
A primeira quinzena do mês de abril foi trágica para o transporte de cargas no país, segundo dados do IBPT, em comparação com o mesmo período do ano anterior, com uma diminuição de mais de 40% no volume de notas fiscais emitidas e queda de 44% no valor das cargas transportadas.
Tomada de decisões
Segundo Gilberto Luiz do Amaral, o intuito desse estudo é servir de balizador de decisões para as empresas do país, que precisam ajustar suas políticas internas e de investimento à nova realidade global.
O especialista concluiu que “é necessário identificar toda a extensão da pandemia no mercado brasileiro, não só do período já decorrido, mas também dos próximos meses, de forma a estabelecer linhas estratégicas para superar a enorme crise que se instalou no mundo”.
O estudo completo pode ser acessado gratuitamente no sítio oficial do IBPT em: www.ibpt.com.br