Foi arquivada pela Comissão de Ética da Câmara Municipal de Santa Bárbara d’Oeste a denúncia de “rachadinha” que supostamente foi praticada pelo radialista e vereador Nilson Araújo (PSD). A denunciante é uma mulher que teria trabalhado para Nilson durante a campanha para deputado, em 2022. Os candidatos que Nilson participou da coordenação das campanhas na região foram João Cury Neto – federal- e Alex da Madureira – estadual- .
Protocolada na Câmara no início de dezembro de 2022, a denúncia afirma que a mulher, A.C.C., foi contratada para trabalhar na campanha eleitoral de João Cury Neto por um salário de R$ 1,5 mil. No dia 15 de setembro ela teria recebido o pagamento e, no dia seguinte, segundo seu depoimento, ela recebeu uma ligação do vereador informando “sobre a necessidade de devolver o valor de R$ 800, pois esse dinheiro seria para outra pessoa que estava trabalhando na campanha”.
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Na denúncia protocolada também consta que Nilson Araújo “afirmou que ela tinha que devolver o valor porque foi o combinado e que ele tinha que manter o compromisso firmado com outra pessoa com aquele valor”. Ainda segundo a denúncia, o vereador ameaçou a mulher por ela “ter filhos e ter problemas no Conselho Tutelar”.
Amedrontada, a mulher teria feito um PIX de R$ 800 na conta do próprio vereador. De acordo com ela, tal dinheiro seria para pagar contas e comprar alimentos para os filhos. Ela relatou na denúncia que, ao menos dez funcionários que trabalhavam na campanha do candidato a deputado, também teriam “devolvido” parte dos salários para Nilson Araújo.
COMISSÃO DE ÉTICA ARQUIVA O CASO. O relator da Comissão de Ética do poder legislativo barbarense, Celso Ávila (PV), optou pelo arquivamento da investigação. No documento, Ávila afirma que não tem como atestar a veracidade dos dados apresentados pela denunciante e que a “rachadinha” teria acontecido durante a campanha de deputados e não na campanha do próprio vereador, portanto, não se enquadraria, uma vez que “o favorecimento ou a vantagem pessoal ou eleitoral ilícita” teria que ter acontecido no âmbito municipal.
Ainda no relatório, Ávila diz que, por se tratar de suposto dinheiro de campanha eleitoral, compete à Justiça Eleitoral investigar o caso. A Comissão, presidida pelo vereador Reinaldo Casimiro (Podemos) sequer chegou a investigar a situação, apesar de várias provas fornecidas pela denunciante.
Essa é a segunda investigação que a Comissão de Ética da Câmara de Santa Bárbara d’Oeste arquiva. A denúncia contra o vereador Felipe Corá (Patriota) no caso em que ele pede, durante uma discussão, para que a vereadora Esther Moraes (PL) “latisse mais” também foi arquivado, sem sequer ouvir as denunciantes.
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