Você sabia que existe autoexame masculino? Pouco ainda se ouve falar sobre as formas de prevenção e tratamento de tipos de câncer essencialmente masculinos, como o câncer de próstata, de pênis e de testículo. Para esse Novembro Azul, a Doctoralia, a plataforma líder na conexão de profissionais de saúde com pacientes em todo o Brasil, reuniu informações sobre as doenças mais perigosas para o homem e a melhor forma de evitá-las.
 
Além dos cânceres, problemas cardiovasculares e urológicos estão entre as doenças que mais atingem o sexo masculino e, na maioria dos casos, são subestimadas pelos homens. 70% dos homens que procuram um médico são influenciados por familiares e mais da metade deles já tem doenças em estágio avançado, segundo estudo do Centro de Referência em Saúde do Homem de São Paulo (CRSH), unidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. De acordo com o último estudo realizado pelo IBGE¹, a expectativa de vida do homem é menor em 7 anos em comparação à expectativa de vida da mulher. Dados do INCA² mostram que o câncer de próstata é o 4º câncer de maior incidência mundial, atingindo 1,1 milhão de homens, e o segundo tipo de câncer que mais atinge o sexo masculino no mundo, ficando atrás somente do câncer de pulmão (16,7% dos casos contra 15%). Além dessas manifestações de câncer, são mais comuns em homens câncer de intestino (10%), estômago (8,5%) e fígado (7,5%). Durante o ano de 2016, estima-se que ocorram no total, 61.200 novos casos de câncer de próstata somente no Brasil, que é o tipo de câncer de maior incidência em todas as regiões do país.

 A idade, o histórico familiar e a cor da pele estão associados como os principais fatores de risco relacionados ao câncer de próstata. A ocorrência desse tipo de câncer é 1,6 vezes mais comum em homens negros e pode estar associada ao estilo de vida ou período relativo à descoberta da doença. Aproximadamente 25% dos casos diagnosticados possui incidência familiar e menos de 1% ocorre em homens com menos de 50 anos de idade. O Dr. Cássio Vilela Faria, urologista que faz parte dos médicos cadastrados na plataforma Doctoralia, fala  sobre as doenças mais comuns para o homem e suas formas de tratamento: Quais são as doenças mais comuns nos homens?São as doenças cardiovasculares (infarto, AVC), depressão e alguns tipos de câncer, dentre eles o câncer de próstata que é segundo tipo mais comum de câncer nos homens. Quais são as doenças mais perigosas?Além das causas cardiovasculares, os cânceres devem receber atenção especial, devido aos seus altos índices de morbidade e mortalidade. Na urologia, o principal é o câncer de próstata, porém os tumores renais, de testículos, bexiga são diagnósticos frequentes. Tumores raros são encontrados no ureter e pênis, estes endêmicos em regiões do Nordeste do Brasil. Quais os sintomas e tratamentos?No caso dos tumores malignos, ou seja, cancerígenos, não há sintomas na sua forma inicial. Por isso o exame anual preventivo é tão importante. Já na sua fase avançada, que corresponde às metástases, os sintomas dependem do local metastaseado, e a dor óssea é o principal sintoma. Tumores renais geralmente são descobertos de forma incidental em exames radiológicos ou na presença de sangue na urina. Esse sintoma é o principal observado em pacientes com tumores de bexiga. Câncer de pênis e testículo são mais facilmente diagnosticados devido a mudança da anatomia ou aparecimento de lesões. Como podemos evitar essas doenças?Existe uma correlação com o tabagismo e com a alimentação rica em gordura animal, na incidência de casos de câncer de próstata e tumores renais, por isso é necessário que se mude esses hábitos. O controle da obesidade junto a uma dieta saudável constituem fatores que podem reduzir a chance de desenvolver essas doenças. O câncer de pênis está intimamente relacionado à falta de higiene e o principal meio de evitá-lo (seja em homens circuncidados ou não) é a limpeza diária, com água e sabão durante o banho, uso de preservativo e higienização após ato sexual e após urinar. Para o câncer de testículo, é importante que os homens adquiram o hábito do autoexame. Como identificar o câncer de próstata?O câncer de próstata é identificado após realização de uma biópsia da próstata. A biópsia é solicitada pelo urologista quando há uma suspeita provinda do resultado do PSA (através de coleta de sangue) e do toque retal e do toque retal, exames que compõem o preventivo anual.  O exame de toque é a única forma de identificar o câncer de próstata? Ele pode identificar outras doenças além do câncer?Não. O exame de PSA também é importante para identificar o câncer. Pacientes que apresentam resultado do exame de toque retal dentro da normalidade também podem ter câncer de próstata. Outras doenças do reto (tumores) e ânus (tumores, fissuras, hemorroidas) também são diagnosticadas através do toque retal. A partir de quantos anos é preciso fazer o exame? De quanto em quanto tempo?A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que homens a partir dos 50 anos façam o preventivo anual. Pacientes negros ou aqueles com histórico familiar de câncer de próstata devem iniciar a prevenção aos 45 anos, uma vez por ano. O exame de toque retal dói? Existem exames menos invasivos que o exame de toque?Geralmente não, exceto se o paciente tiver alguma patologia anal (hemorroidas, fístulas, fissuras). ?? um exame rápido e que fornece bastante informação para o urologista. O PSA e o toque retal constituem os únicos métodos no rastreamento para câncer de próstata aceitos pela Sociedade Brasileira de Urologia. A ressonância magnética pode identificar uma área onde há uma suspeita na próstata, mas devido a seu alto custo, não constitui um exame de rotina.  Se eu estiver com câncer, posso ter filhos? O paciente que se opera da próstata pode ficar impotente?Normalmente sim. Mas existem casos em que a cirurgia pode causar infertilidade. Já a impotência é observada em torno de 30% a 50% dos pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico do câncer de próstata. Por que essa crença masculina em torno do exame de toque retal? Por que há tanta falta de informação sobre esse tema?Falta de informação, medo, insegurança, constrangimento são os principais obstáculos para a realização do toque retal por parte dos pacientes. O nível socioeconômico e cultural, o pouco acesso à informação, principalmente por parte da população mais carente, são exemplos da dificuldade que abrange uma parcela maior de homens para realização do exame preventivo anual.