Dólar cai a R$ 5,86 e deve pressionar menos inflação

*Ibovespa*

O Ibovespa operou em leve alta na segunda-feira, 20. O dia foi marcado pela posse de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Todas as atenções se voltam para o republicano, que promete assinar diversos decretos logo na estreia. No Brasil, observamos que os DIs futuros também apresentaram um dia de fechamento, ou seja, o mercado esteve um pouco mais leve.

No primeiro pregão após a posse de Donald Trump, o Ibovespa operou em alta na terça-feira (21), com investidores reagindo aos primeiros anúncios do presidente, como a imposição de tarifas para México e Canadá. Logo após sua posse, um dos primeiros atos assinados pelo presidente dos Estados Unidos foi um decreto declarando emergência energética nacional. A iniciativa busca impulsionar a produção doméstica de petróleo e gás com o objetivo de conter a inflação.

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O Ibovespa fechou em queda na sessão da quinta-feira, 23, de olho na participação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no Fórum de Davos. O discurso virtual, que começou às 13h (horário de Brasília), atraiu todas as atenções dos mercados globais. Em suas falas, Trump realizou sua primeira crítica ao Federal Reserve (Fed, banco central americano), declarando que pressionará por uma redução nas taxas de juros. O republicano disse que irá pedir que as taxas de juros “caiam imediatamente”, afirmando que elas deveriam cair no mundo todo.

O Ibovespa operou, na sessão desta sexta-feira, 24, sem direção única, com investidores repercutindo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). O indicador de janeiro veio acima do esperado, o que pressiona a curva de juros e gera uma pressão baixista na bolsa.

O IPCA-15, considerado a prévia do indicador oficial da inflação no Brasil, fechou o mês de janeiro em 0,11%, abaixo dos 0,34% registrados em dezembro. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 24, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 4,50%, abaixo dos 4,71% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2024, o IPCA-15 foi de 0,31%. Segundo o IBGE, o índice foi impulsionado por alimentos e bebidas. Os números, no entanto, vieram acima das expectativas. Economistas consultados pela Reuters projetavam uma queda de 0,03% nos preços na base mensal e uma alta de 4,36% em 12 meses. O IPCA-15 veio com uma leitura bem ruim. O núcleo de preços que exclui os componentes voláteis de alimentação e energia cresceu 0,67% em janeiro e os preços de serviços cresceram 0,81%.

Dólar cai a R$ 5,86 e deve pressionar menos inflação

*Câmbio*

 

Após abrir em alta, o dólar fechou em queda na segunda-feira (20), cotado a R$6,04. O movimento aconteceu após o Banco Central brasileiro intervir com um leilão cambial. A ação da autoridade monetária foi necessária para conter uma potencial volatilidade que os mercados temiam em resposta às declarações e políticas de Donald Trump, que assumiu na segunda-feira, 20, a presidência dos Estados Unidos.

Na terça-feira (21), o dólar abriu o dia com uma leve alta. Conforme o último monitoramento do Banco Central do Brasil, às 10h, a moeda estava custando R$6,05.

O dólar caiu 0,36% na quinta-feira (23) e encerrou o dia cotado a R$5,925, abaixo do patamar de R$6 pelo segundo dia consecutivo. Esse é o menor valor desde 27 de novembro do ano passado (R$5,913), quando a moeda americana iniciou uma forte escalada cuja faísca foi o anúncio do governo brasileiro de aumento da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$5.000 por mês. O dólar estava em trajetória ascendente desde então e chegou a renovar o recorde histórico para R$6,267, mas tem perdido ímpeto. Na mínima desta sessão, chegou a R$5,874.

O desempenho foi misto nos outros ativos brasileiros. A Bolsa caiu 0,39%, aos 122.483 pontos, e os juros futuros fecharam em alta firme em vários contratos, refletindo operações ligadas ao leilão de prefixados realizado pelo Tesouro brasileiro pela manhã, além do avanço dos rendimentos dos treasuries, títulos ligados ao Tesouro dos EUA. Mais do que a cena fiscal do país, de agenda esvaziada por causa do recesso parlamentar do Congresso Nacional, o que tem movimentado os mercados neste período são as perspectivas econômicas para o segundo mandato do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O dólar à vista operou em queda em relação ao real nesta sexta-feira (24), ampliando a queda da semana, uma vez que os investidores reagiam positivamente a comentários na véspera do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que sinalizaram uma política comercial mais branda no país. A moeda reagia especialmente a declarações de Trump sobre a possibilidade de realização de um acordo comercial com a China. O presidente dos Estados Unidos disse que sua conversa com o presidente da China, Xi Jinping, na semana passada, foi amigável e que ele acredita que pode chegar a um acordo comercial com o gigante asiático.

Na cena doméstica, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,11% em janeiro, sobre alta de 0,34% no mês anterior. Economistas consultados pela Reuters projetavam uma queda de 0,03% nos preços na base mensal e uma alta de 4,36% em 12 meses. O real se beneficia também do déficit em conta corrente em dezembro e 2024 no país, abaixo da mediana das projeções do mercado, enquanto os resultados do Investimento Direto no País (IDP) de US$2,765 bilhões em dezembro e de US$71,070 bilhões em 2024 superaram as estimativas dos economistas.

 

*Luiz Felipe Bazzo é CEO do transferbank, uma das 15 maiores soluções de câmbio do Brasil. O executivo também já trabalhou em multinacionais como Volvo Group e BHS. Além disso, criou startups de diferentes iniciativas e mercados tendo atuado no Founder Institute, incubadora de empresas americanas com sede no Vale do Silício. O executivo morou e estudou na Noruega e México e formou-se em administração de empresas pela FAE Centro Universitário, de Curitiba (PR), e pós-graduado em finanças empresariais pela Universidade Positivo.