Dormir bem é o novo skincare: especialista explica os benefícios do sono para a pele

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Levantar depois de uma noite mal dormida e notar a aparência de cansaço não é só impressão: o sono tem impacto direto na saúde e na aparência da pele, influenciando até na forma como somos percebidos pelos outros.

Uma pesquisa publicada na ScienceDirect analisou os efeitos da privação de sono. Em um experimento, 24 mulheres entre 30 e 55 anos tiveram suas noites de descanso reduzidas em três horas, em média, por dois dias consecutivos. Os resultados mostraram alterações significativas na pele, como maior perda de umidade natural, consequentemente causando ressecamento, queda da elasticidade e um leve aumento no pH, o que pode deixá-la mais sensível.

De acordo com um estudo do Journal of Neuroendocrinology de Oxford, o GH, hormônio do crescimento, é liberado durante a fase de sono profundo. Ele impulsiona os processos de reparo e reconstrução, ajudando a pele a curar tecidos, restaurar músculos e aumentar a produção de colágeno, proteína responsável por manter a firmeza e a elasticidade cutânea. 

Além disso, o cortisol, principal hormônio do estresse do corpo, cai para seu nível mais baixo nessa fase. Índices mais baixos protegem o colágeno, reduzem a inflamação e fortalecem a barreira da pele. Já níveis mais altos de prolactina, hormônio que ajuda a regular o sistema imunológico e o crescimento celular, intensificam o reparo dos tecidos, ajudando a pele a se recuperar dos estressores diários.

Segundo a dermatologista Dra. Isabela Dupin, professora da Afya Educação Médica, uma boa noite de sono é um dos pilares fundamentais para uma pele saudável. “O sono funciona como um verdadeiro ‘tratamento noturno’ gratuito: enquanto dormimos profundamente, a pele entra em modo de reparo intensivo. É nesse momento que há maior produção de colágeno, redução da inflamação e fortalecimento da barreira cutânea. Quando negligenciamos esse descanso, comprometemos diretamente esses mecanismos, e a pele responde com sinais visíveis de cansaço e envelhecimento”, explica.

Além dos efeitos biológicos, dormir bem também tem reflexos sociais. Um levantamento da Royal Society comprovou que certas pistas faciais e corporais afetam como as pessoas são percebidas. Indivíduos privados de sono relatam ser menos otimistas e sociáveis, têm mais dificuldade para compreender e expressar emoções, mostram-se menos empáticos e estão mais propensos a acidentes.

“Investir em uma rotina de sono adequada é tão importante quanto usar bons cosméticos ou manter uma alimentação equilibrada. Quando dormimos bem, nosso corpo trabalha a nosso favor: a pele se regenera, os sinais de fadiga diminuem e até a forma como nos apresentamos ao mundo melhora. O sono é uma ferramenta poderosa e acessível de autocuidado e quando entendemos isso, conseguimos potencializar os resultados de qualquer outra estratégia de beleza ou bem-estar”, conclui Dra. Isabela Dupin.

 

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