O PT paulista tem um grande objetivo para 2014. Eleger o ministro da saúde Alexandre Padilha governador do Estado e derrubar o maior bastião do PSDB no país- onde os tucanos vão fazer 20 anos de governo. Mas vai viver um paradoxo para alcançar seu objetivo.
Dois breves parentêses antes do paradoxo em si. Em 1998, o PT pregou, pela última vez, voto útil no candidato do PSDB e levou Mário Covas ao segundo turno contra Paulo Maluf e ajudou decisivamente na eleição do tucano.
O PT ou Lula tentam reeditar a bem sucedida experiência de ‘poste’ que deu certo em 2010 com Dilma Roussef e em 2012 com Fernando Haddad.
Agora, o paradoxo. O eleitor que se sente bem dificilmente é capaz de distinguir se o ‘culpado’ do bem estar é o prefeito, o governador ou o presidente. Claro que temos um caso em especial que é a força do ex-presidente Lula, que ainda não se mostrou eficiente no Estado de São Paulo.
O PT ganhou a prefeitura de SP pela 3a vez com Haddad. Antes havia obtido sucesso com Marta (2000) e Erundina (1988). O PT ganhar o governo do SP seria (será) uma baita novidade.
A dúvida do petista paulista é- torcer pras coisas não irem tão bem e assim aumentarem as chances de Padilha ou apostar em alguma novidade que fisgue o paulista matreiro.
Padilha tem feito sua parte, mas o governador Alckmin (figura que melhor representa o paulista médio desde Adhemar de Barros) começou a se mexer e tem dado suas cotoveladas em busca de espaço.
O poder de Lula junto aos paulistas é claramente reduzido na comparação com paulistanos ou nordestinos ou mineiros. Em boa medida, o anti lulismo paulista tem mais de preconceito e defesa de um passado de ‘glórias’ do que qualquer outra coisa.
O PT menos que o PSDB ainda não foi capaz de convencer os paulistas que o que ‘tem sido bom para o Brasil pode ser bom para São Paulo’. Essa incapacidade do PT em ler a alma do paulista, mais a resistência do paulista ante o lulismo podem fazer o partido da estrela mais uma vez viver o paradoxo de torcer para vida não ir tão bem para todos os governados por ele no plano federal.