Eleição não é futebol, mas os dois candidatos neste segundo turno à presidência da República já estão em campo cada qual com suas propostas para o Brasil. A bola está rolando e em jogo está o futuro do nosso país no contexto da nova economia. Deve ganhar a partida e, quem sabe o campeonato, quem tiver as melhores propostas para geração de emprego, renda e criação de um ambiente favorável para o empreendedorismo, advento de novas tecnologias e inovações.
De acordo com dados do SEBRAE, o Brasil abriga atualmente mais de 6 milhões de micro e pequenas empresas formais, que são responsáveis pela geração de aproximadamente 70% dos postos de trabalho e de 20% do PIB Nacional. O país também tem cerca de 2,3 milhões de microempreendedores individuais (ou empreendedores individuais). Parte desses empreendedores individuais estão entre os quase 19 milhões de empreendedores por conta própria. Garantir a estes milhões de empreendedores a cidadania empresarial plena deveria estar na pauta dos candidatos, mas não está. Como assegurar que os empreendedores de pequenos e médios negócios cumpram integralmente sua missão de promotores do desenvolvimento socioeconômico nacional?
Assuntos relevantes como abertura, regularização e fechamento de empresas de forma rápida, desburocratização, simplicidade tributária, facilidade de acesso ao crédito e aos serviços financeiros e agilidade para registro de marcas e patentes, são fatores importantes que o futuro presidente deve se atentar. Contudo, após análise das duas propostas, nossa impressão é que, com exceção de propostas muito pontuais, nenhum dos candidatos demonstrou possuir uma política efetiva e consistente para valorização do setor que mais emprega no Brasil.
?? lá na frente, pensando no futuro, mas construindo hoje, onde estão os empreendedores e empresários. Políticas específicas para o setor de startups e scale-ups, crédito barato e agências de fomento e aceleração ajudam muito, mas além disso, o primeiro ponto que o próximo presidente ajudará bastante será não atrapalhando, ou seja, não tornando o ambiente ainda mais turbulento e arriscado para tomada de decisões estratégicas. Mudanças de leis, alterações nos regulamentos e sistema tributário elevado e complexo são fatores que causam grande instabilidade e dificultam o planejamento e a ação dos empreendedores.
O novo presidente, qualquer que seja, se jogar no mesmo time dos empreendedores brasileiros, criará o ambiente para que pequenas e médias empresas façam muitos golaços, e seguramente ganharão, juntos, muitos títulos.
*Rodolfo Vasconcellos é Coach, empreendedor, associado SBCoaching, especialista em maximização de resultados de pessoas e empresas, e analista comportamental.
E-mail: rodolfo.vasconcellos@sbcempresas.com.br