Aprovada em concurso realizado em novembro de 2013, uma professora de São José do Rio Preto teve a contratação indeferida pelo Estado porque é obesa. Bruna Giorjiani de Arruda, 28, tem 1,65 metros de altura e pesa 110 quilos. 
O DPME (Departamento de Perícias Médicas do Estado de São Paulo) justificou, no início deste mês, a inaptidão de Bruna para o cargo porque o IMC (Índice de Massa Corporal) dela é 40,4, o que caracteriza “obesidade mórbida”. 
O IMC é calculado pela divisão do peso do candidato pelo quadrado de sua altura. O critério, segundo o DPME, é estabelecido pela OMS (Organização Mundial de Saúde). 
Em nota, o DPME argumenta que Bruna, devido ao peso, pode desenvolver doenças futuramente, como o diabetes, por exemplo, e prejudicar o serviço público. Para o DPME, a reprovação de Bruna atende ao “interesse coletivo” e não está fundamentada em preconceito. 
A Secretaria de Gestão Pública, por meio de nota, reforçou a explicação de que não se trata de preconceito. A pasta afirma ainda que “é necessário zelar pelo interesse coletivo e provisionar futuros custos que caberia ao Estado arcar, como licenças médicas e afastamentos”. E completa: “muito acima do prejuízo financeiro, está o dano administrativo e de procedimentos, principalmente em se tratando do sistema educacional, que requer uma preocupação ainda maior na análise a longo prazo”. A nota foi enviada na noite de terça (11).