A exposição “A.R.L. Vida e obra”, do pintor, fotógrafo e artesão outsider brasileiro Antônio Roseno de Lima, pode ser visitada até o dia 19 de abril, no MAC (Museu de Arte Contemporânea) de Americana. A atração é gratuita e pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. O MAC fica no CCL (Centro de Cultura e Lazer), na Avenida Brasil, 1.293.
A exposição reúne os principais trabalhos do artista e conta com a curadoria de Geraldo Porto, grande incentivador de Roseno.
“Estamos recebendo muitas visitas, inclusive de escolas, para conhecerem a obra desse conceituado artista brasileiro. Convidamos todos que gostam de arte a visitar o MAC”, diz a secretária de Cultura e Turismo de Americana, Marcia Gonzaga Faria.
Atividade lúdica
Com reserva antecipada, grupos de crianças têm a oportunidade de explorar e interagir com a exposição “A.R.L. Vida e Obra”.
Elas receberão materiais que incluem recorte de peças e o desafio de encontrar correspondências nas telas expostas. Essa brincadeira, que envolve habilidade manual, cores, formas e contrastes, estimula diversos aspectos sensoriais e cognitivos, proporcionando uma experiência museológica cativante e educativa.
A visita para a atividade deve ser agendada com antecedência, pelo telefone (19) 3408-4825.
Vida e obra
Nascido em Alexandria, no Rio Grande do Norte, em 1926, Roseno é um grande representante da “Art Brut” no Brasil e no mundo. Suas obras dão destaque a sua subjetividade e sua paixão pela arte, e ele dizia que pintava o que gostava, porque gostava, sem precisar de estudos acerca daquilo: apenas como forma de expressar sua visão de mundo.
Em 1961, aos 35 anos de idade, fez um curso de fotografia e passou a exercer o ofício registrando o cotidiano de crianças, além de aniversários e casamentos, e as fotos logo ganharam as nuances de seus traços.
Tinha compulsão pelo registro de seu cotidiano em tudo que poderia ser utilizado, trabalhando em séries nas quais repetia a mesma figura inúmeras vezes, usando sempre de materiais precários: pedaços de latas retirados dos entulhos, papelões, madeira, o esmalte sintético das sobras das latas utilizadas para pintar portas e janelas encontradas no lixo.
Sua obra contém códigos que permeiam todo o processo criativo, em um minucioso exercício artesanal, com destaque para a assinatura A.R.L., tão cara a um artista semianalfabeto.
Suas pinturas entraram no acervo de importantes museus, como a famosa “Collection de l Art Brut”, de Lausanne, Suíça, e o Museu Haus Cajeth, em Heidelberg, na Alemanha
Viveu entre 1976 e 1998 na favela Três Marias, em Campinas, até a sua morte em junho do mesmo ano.