“Compartilhar uma informação sem avaliar a veracidade é atestado de burrice”, dispara filósofo Fabiano de Abreu
O escritor, pesquisador político e filósofo Fabiano de Abreu, que trabalha com política no Brasil e em Portugal, analisou as informações logo após o atentado ocorrido pelo candidato à presidência Jair Bolsonaro.
“As pessoas criaram informações no Twitter, principalmente. Estou percebendo que no Twitter é mais propagado o fake news pelo imediatismo e facilidade de colocar sua frase e tuitar marcando as pessoas. Mas quando aconteceu o atentado vi milhares de pessoas confirmando que aquilo foi armado e que ele não recebeu a facada. Independentemente de qualquer posição política, existe o raciocínio lógico dentro das circunstâncias. Como é que podem achar que aquilo foi armado, que todas aquelas emissoras mentiram e que o hospital mentiu? Existe umas coisa lógica nisso tudo. Não existe nenhuma mentira que nós não possamos descobrir. Não tem como todo mundo inventar algo e escapulir a verdadeira história. Ou seja, é muito grave isso. As pessoas criando matérias que não existem. Se a própria imprensa não divulgou esse tipo de coisa, então o que todos já temiam aconteceu. O fake news, muito antes de falar na imprensa, está sendo mais pesado do que se imagina. Portanto nada foi resolvido em relação ao fake news. Fake News precisa ser considerado crime e precisa haver punições ou as proporções ficarão maiores”, lamenta o especialista que mora e é imparcial com relação a política brasileira e vota em Portugal.
“O fake news pode ser muito perigoso. O que incentivou o cara a fazer a tentativa de homicídio ao Bolsonaro? A policia não sabe, mas quem sabe foi o próprio fake news. Quem sabe ele não pegava informações das pessoas e criou um ódio dentro de si? Essas informações das mídias sociais podem impulsionar as pessoas a cometerem tragédias. Ou seja, o fake news é muito complexo. ?? muito perigoso para uma população que tenha um grau de instrução baixo”, completa o escritor, pesquisador político e filósofo.
Fabiano de Abreu lembra que o Brasil tem um dos piores níveis de educação do mundo e que o nível de escolaridade é baixo ainda para os tempos atuais: “Devido ao nível de escolaridade do país e de conhecimento as pessoas acabam acreditando. Porque as pessoas que têm base de conhecimento apuram os fatos. Aquele que propaga o fake news é uma pessoa com falta de conhecimento, é burra e vai propagar algo sem apurar os fatos ou na maldade. Ou seja, olha que interessante: propagar o fake news é burrice ou maldade”.