O faturamento do comércio varejista paulista caiu 2,9% em novembro no comparativo anual, para R$ 47,2 bilhões. Já na comparação com o mês imediatamente anterior, a receita do setor cresceu 0,5%, reflexo da sazonalidade das vendas no último bimestre. Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) a partir de informações da Sefaz (Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo).
Com a baixa anual, o índice de queda acumulado em 2014 manteve-se em 2,6%. De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, o resultado de novembro reforça estimativas mais pessimistas para o desempenho de 2014 em relação a 2013, apontando para uma retração de até 3% no faturamento varejista do Estado no ano. 
Entre os fatores que pressionaram a receita do comércio paulista está o mau momento do consumo, decorrente da deterioração de renda, emprego e crédito. Além disso, a inflação ainda em patamar desconfortável e com trajetória de aceleração contribuiu para esse cenário.
A Federação estima que, diante desses elementos, é improvável uma retomada do crescimento das vendas varejistas no médio prazo, podendo 2015 ser marcado por um quadro de consumo ainda mais restritivo se comparado ao ano anterior. 
Pela segunda vez consecutiva no último trimestre, entre as dez atividades pesquisadas, sete registraram queda nas vendas. As baixas mais expressivas, no comparativo anual, foram verificadas em lojas de móveis e decoração (-17,2%), concessionárias de veículos (-16%) e lojas de materiais de construção (-10,5%). Juntos, os três setores pressionaram negativamente o resultado do comércio em 3,6 pontos porcentuais.
Também se destacou a queda de 4,8% na receita das lojas de vestuário, tecidos e calçados. As vendas nos supermercados voltaram a cair em novembro (-2%) após movimento positivo em outubro, indicando trajetória instável para o fim do ano. 
Por outro lado, as contribuições positivas vieram das lojas de departamentos (9%), que tiveram o primeiro destaque favorável no ano, com a maior alta do setor em termos de crescimento, puxada, principalmente, pelas vendas da Black Friday. Também apresentaram avanço os faturamentos das farmácias e perfumarias (5,8%) e de outras atividades (5,7%).
No desempenho por região, apenas três das 16 localidades pesquisadas apresentaram avanço nos faturamentos, na base anual: Osasco (11,8%), Sorocaba (2,1%) e Araraquara (0,4%). As outras 13 apresentaram quedas de vendas, sendo as maiores retrações na região do ABCD e da capital paulista, ambas de 7,9% em comparação a novembro do ano anterior.