O número de roubo de senhas triplicou nos últimos quatro anos no Brasil, segundo um estudo da Appgate. Foram mais de 3,2 bilhões de fraudes/ataques, diz um relatório da Fortinet, desenvolvedora americana de soluções de segurança. Segundo especialistas, o grande volume de ataques se deve ao compartilhamento de links maliciosos e páginas falsas criadas por fraudadores. Gerente de infraestrutura e segurança da informação e DPO (Data Protection Officer) do Target Bank, José Eduardo de Souza Soares, explica que os consumidores podem evitar ser pegos em fraudes verificando os links recebidos no e-mail, SMS ou mensagens de WhatsApp, principalmente quando o endereço parecer suspeito.
“Antes de clicar, verificar sempre o endereço do site para onde foi redirecionado e o e-mail do remetente para garantir que são genuínos. Se não tiver certeza de que o site é real e seguro, não insira informações pessoais. Nestas situações, solicite sempre o auxílio de alguém de sua extrema confiança, antes de realizar qualquer ação”, orienta José Eduardo.
Para o especialista em desenvolvimento de software Gilberto de Oliveira Ferreira, CTO da Téxvn Group, os consumidores precisam atenção em mensagens que utilizem links estranhos, com extensões desconhecidas como o por exemplo: www.empresaconhecida.dominioestranho.com.net.br. “Pode até ser que o texto do link seja o endereço correto de uma empresa que eu conheço, mas é preciso verificar o endereço para onde será direcionado ao passar o mouse por cima do link, pois ele pode direcionar para um endereço desconhecido, por isso, a atenção deve estar redobrada”, ensina Ferreira, acrescentando que é preciso estar atento também a erros gramaticais, seja em e-mails, sms, banners e páginas web. “Além disso, nunca abra anexos suspeitos, como arquivos com extensão *.exe e *.zip. Outra advertência é que as cobranças de dívidas, convocações judiciais e atualizações cadastrais, entre outras comunicações, geralmente não são feitas por SMS, rede social, etc.”, completa o especialista.
Desinformação facilita golpes
Um levantamento realizado pela empresa americana Signifyd apontou que o Brasil lidera fraudes virtuais na América Latina. “A desinformação e o sensacionalismo fizeram da internet um campo fértil para criminosos usarem iscas e buscarem incessantemente por dados que possam ser usados para extorquirem vítimas, quer sejam empresas ou consumidores”, comenta José Eduardo Soares.
Segundo o especialista do Target Bank, existe uma tríade que precisa obrigatoriamente ser respeitada e que deve evoluir junto, que são: pessoas, processos e tecnologias.
Confira outras dicas dos especialistas:
- Crie senhas fortes, inclusive para o Wi-Fi nas suas residências. É recomendável misturar letras, minúsculas e maiúsculas, com números e caracteres especiais (!@$#+), substituindo letras por caracteres, como por exemplo “a” por “@” e “i” por “!”, além de optar por senhas mais extensas, com no mínimo oito caracteres.
- Evite senhas óbvias, como a data do seu aniversário, usar a senha do banco em serviços na internet e aproveitar a mesma senha em vários serviços, pois sabemos que ajuda a lembrar, mas se uma senha for vazada, fica mais fácil que informações de outras contas também fiquem expostas;
- Cuidado com as perguntas para a recuperação de senha: informações como “qual é o nome do seu cachorro?” ou “qual é o seu time?”, muitas vezes, são facilmente encontradas nas redes sociais ou com uma pesquisa rápida no Google. O ideal é encontrar perguntas com respostas mais difíceis de serem descobertas e ativar a verificação em duas etapas, pois além da senha tradicional, você pode optar por outra forma de verificação, um código a mais para garantir sua identidade, que pode ser um número aleatório ou até adicionando o requisito extra de confirmar sua identidade através de seu e-mail;
- Não anotar a senha em papéis e aplicativos de notas e não salvá-las no preenchimento automático do navegador é outro cuidado;
- Por fim, utilize antivírus e mantenha os softwares atualizados.