Felizmente, o mercado de trabalho está reaquecendo com a evolução da vacinação. Apesar desse cenário, a desocupação entre os jovens ainda é preocupante. Segundo dados do Atlas da Juventude, lançado em junho deste ano, esse grupo foi o mais afetado com a pandemia. De acordo com a pesquisa, a geração “nem-nem”, aqueles conhecidos por não estudar e nem trabalhar, aumentou consideravelmente de 10% em 2020 para 16% em 2021. Diante dessa situação delicada, os adolescentes, em especial, enfrentam maiores dificuldades para a manutenção dos gastos pessoais e intelectuais.
Então, reforço mais uma vez: um dos caminhos para resolver esse problema pode ser o estágio. Afinal, para atuar na modalidade é preciso estar regularmente matriculado no ensino médio, técnico, superior ou no EJA. Logo, esse indivíduo interessado terá de voltar a estudar também. Sendo assim, a modalidade não exige experiência e tem a carga horária reduzida – máxima de seis horas diárias e 30h semanais – é possível alinhar a rotina entre a instituição e a sala de aula.
Benefícios da modalidade
Com isso, esse iniciante receberá uma bolsa-auxílio (BA) ajudando-o na manutenção financeira do seu aprendizado. Nesse sentido, o ato educativo escolar supervisionado, como é chamada a modalidade, é um grande aliado da permanência do estudante no ambiente acadêmico.
Ademais, os estagiários têm benefícios como o auxílio-transporte, recesso remunerado e seguro contra acidentes pessoais, além da BA. Ou seja, é interessante para as duas partes envolvidas. A marca pode ainda oferecer convênio, vale-refeição ou qualquer outra vantagem interna. Vale ressaltar: isso é critério do contratante, não compulsório.
Contudo, para as empresas também é um benefício, pois essa atuação não gera vínculo empregatício. As companhias ficam isentas de encargos trabalhistas, tais como 13º salário, ⅓ sobre férias, FGTS, INSS e eventual multa rescisória. Além disso, a corporação adquire um talento sem vícios para moldá-lo conforme a cultura e os processos organizacionais.
Na contramão da evasão escolar
Esse assunto é fundamental não só para a conjuntura social do país, mas também para a econômica. Por que? O custo por aluno para concluir os anos de educação básica é de cerca de 90 mil reais. Já a evasão escolar gera perda de 372 mil reais por ano para a nação. Essa é uma informação divulgada na pesquisa “Consequências da Violação do Direito à Educação”, da Fundação Roberto Marinho e do Insper.
Assim, levando em consideração a taxa de abandono acadêmico de 17,5% (Isso é, 575 mil discentes), estima-se uma perda de 214 bilhões de reais, anualmente, para o Brasil. Então, vale mais investir na instrução, pois os concluintes dessa etapa têm mais chances de trabalho e mais tempo de remuneração. Ou seja, maior expectativa de vida com qualidade.
Portanto, essa é uma perspectiva crítica tanto para a economia, quanto para a educação. Afinal, a mudança da nação é potencializada pelo ensino e pela juventude. Logo, o estágio está aí para ajudar no fortalecimento desse pilar crucial. Faça parte desse projeto, assim, vamos construir um Brasil mais justo e poderoso juntos!
*Carlos Henrique Mencaci é presidente da Abres – Associação Brasileira de Estágios
Sobre a Abres
A Associação Brasileira de Estágios é a maior entidade de representação de agentes de integração do país, ou seja, empresas responsáveis pela seleção e gerenciamento de vagas de estágio. A instituição tem como objetivo promover e divulgar a modalidade junto às comunidades do Brasil, estimulando a formação profissional de jovens talentos. Também executa ações para fortalecer os agentes de integração e a inserção de estudantes no mercado de trabalho.