Principal intelectual do PT de Americana, o historiador professor Vinicius Ghizini usou as redes sociais para anunciar que não vai votar no candidato apoiado pelo seu partido, Erich Hetzl Jr (PDT).
Leia abaixo o texto publicado esta segunda-feira.
Fui, por 2 anos, chefe de gabinete do vereador Moacir Romero.Durante o governo Diego fomos massacrados. Projetos eram rejeitados e a base chegou a votar contra os próprios requerimentos para não aprovar os nossos.Não esqueço uma audiência pública sobre “função dos vereadores”, que eu preparei com muito zelo junto ao então vereador em São Paulo, José Américo, inviabilizada por puro ódio, pois Moacir não se curvava ao governo. Além disso, era permanente a ameaça de cassação do mandato por qualquer motivo fútil. Foram 2 comissões de ética. Na primeira delas, Moacir foi punido com voto da base do prefeito cassado, incluindo os suplentes.A perseguição na Câmara era comandada pelo secretário de governo do Diego, Douglas Trindade, por quem nutro carinho pessoal. Mas, como militante socialista, aprendi que devemos ser cordiais no trato, porém firmes no embate político, sabendo de que lado estamos e quem são nossos adversários.Fomos vítimas de gás de pimenta por apoiarmos o movimento “Pula Catraca” que se reunia em nosso Gabinete. Em determinada sessão, Moacir foi arrastado pela guarda ao tentar proteger a moçada que era reprimida na Câmara. Houve momentos muito duros para mim, dias de medo, terror, de perguntar se isso tudo valia mesmo a pena.Recordo de cada momento desses e sei como, apesar dos problemas herdados, vivemos um ambiente diferente hoje na cidade, onde podemos minimamente andar em paz, discordar e concordar livremente. O mandato do Moacir Romero, candidato que apóio, continua atuante e firme na fiscalização do executivo e a cada dia é mais propositivo. A cidade dá sinais de recuperação. Talvez não perceba isso quem estava distante de Americana enquanto estávamos na luta.Não guardo nenhum ressentimento ou mágoa contra aqueles que nos perseguiram. Guardo divergências políticas. Para esses e seu candidato a prefeito não darei meu voto no dia 2 de outubro, em que pese a decisão do meu partido. Minha consciência tranquila e meu amor por Americana são mais importantes do que estruturas partidárias viciadas.Americana, nenhum passo atrás!