(Reuters) – O Ministério da Saúde confirmou na noite desta sexta-feira que vai exercer a opção de compra de mais 54 milhões de doses da vacina da CoronaVac contra a Covid-19 numa parceria com o Instituto Butantan. “Junto aos 46 milhões de doses já adquiridas, o governo federal garante, com antecedência, 100 milhões de doses da coronavac ao Plano Nacional de Imunizações (PNI)”, disse o ministério, em comunicado. A pasta afirmou ainda que o contrato com o Butantan, ligado ao governo paulista, para a compra dessas doses será assinado na próxima semana.
“Além disso, a pasta está solicitando a antecipação do registro da vacina junto à Anvisa, para ampliar a vacinação para toda a população brasileira”, destacou. Mais cedo, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, havia informado que a assinatura de compra das doses ocorrerá na terça-feira. O governo do Estado de São Paulo, ao qual o Butantan é vinculado, vinha pressionando o ministério a exercer a opção para o lote adicional da CoronaVac.
“Alguns minutos atrás, quando eu já estava aqui no púlpito, recebi uma comunicação da pessoa responsável pelo departamento de logística do Ministério da Saúde avisando que o contrato será assinado na terça-feira da próxima semana”, disse Covas em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
O instituto importou 6 milhões de doses prontas da vacina e está recebendo matéria-prima para envasar mais 40 mihões de doses, o que totaliza o lote inicial já acertado com o Ministério da Saúde de 46 milhões de doses a serem entregues até abril.
Também presente na coletiva, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que o Butantan já entregou 8,6 milhões de doses da CoronaVac ao Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde. O envio mais recente foi feito nesta sexta e totalizou 1,8 milhão de doses. Na semana que vem, o Butantan receberá matéria-prima para o envase de mais 8,6 milhões de doses.
Pouco antes de Covas anunciar que foi informado pelo ministério que a opção pelo lote adicional será exercida, Doria havia dado prazo até a próxima sexta para que a pasta dissesse se queria ou não as novas doses. Caso contrário, disse ele, o Butantan as forneceria para Estados e municípios.
Em nota, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), presidente do Consorcio Nordeste e coordenador da temática de vacina no Fórum Nacional de Governadores, disse “agora é só acertar o cronograma com as compras, as datas de entrega mês a mês”.
Além da CoronaVac, o Brasil conta até o momento com somente 2 milhões de doses da vacina da AstraZeneca desenvolvida em conjunto com a Universidade de Oxford para imunizar os brasileiros contra a Covid-19. Mas a previsão é que até o final do ano haja um total de 210 milhões de doses desse imunizante.