O primeiro-ministro húngaro tem endurecido cada vez mais o seu discurso sobre criminalidade e imigração, pressionado pelo crescimento do partido nacionalista de extrema-direita Jobbik. Esta semana, Viktor Orbán defendeu que a União Europeia deve discutir a introdução da pena de morte, e o seu Governo sugeriu que os imigrantes sejam enviados para “campos de internamento”, onde seriam forçados a trabalhar.
“A questão da pena de morte deve ser posta na agenda na Hungria. A Hungria fará tudo para proteger os seus cidadãos”, declarou o primeiro-ministro e líder do partido conservador e populista Fidesz, na quarta-feira, durante uma visita à cidade de Pécs, no Sul do país.
O primeiro-ministro voltou a pegar nesta bandeira do partido nacionalista Jobbik em resposta a perguntas sobre o homicídio de uma funcionária de uma tabacaria ocorrido na semana passada, em Kaposvár. A morte da jovem, de 21 anos, foi o mais grave dos episódios de violência registados nas chamadas Tabacarias Nacionais, os únicos estabelecimentos autorizados a vender tabaco no país desde 2013 ??? a lei exige que estas tabacarias tenham as janelas tapadas, para que os menores de 18 anos não consigam espreitar para o seu interior, o que tem também contribuído para o aumento do número de assaltos.
O líder parlamentar do Fidesz, Antal Rogán, sublinhou as palavras do seu primeiro-ministro, e disse que “se o povo de um país da União Europeia defende a aprovação da pena de morte, então esse debate pode ser feito ao nível da União Europeia”. Rogán deu como exemplo o homicídio ocorrido na semana passada, “por uns meros 22.000 forints [73 euros]”. De acordo com o líder parlamentar do maior partido da coligação que governa a Hungria, casos como o da morte da jovem “fazem com que uma pessoa pense automaticamente que a pena de morte deve ser aplicada”.