(Reuters) – A inflação oficial do país desacelerou com força em junho e voltou abaixo do patamar de 9 por cento em 12 meses pela primeira vez em um ano por conta de maior alívio nos preços administrados, movimento que deve ajudar o trabalho do Banco Central no controle dos preços.
Por outro lado, a inflação de alimentos continuou bastante pressionada por conta dos efeitos do clima e oferta.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,35 por cento em junho, depois de ter avançado 0,78 por cento em maio, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse é o menor resultado mensal desde agosto do ano passado (0,22 por cento) e a leitura mais baixa para junho em três anos (0,26 por cento).
Em 12 meses até junho, o indicador acumulou alta de 8,84 por cento, após 9,32 por cento até maio, menor resultado desde maio do ano passado (8,47 por cento) e a primeira vez que o IPCA em 12 meses fica abaixo de 9 por cento desde junho de 2015 (8,89 por cento).
O resultado continua superando com folga o teto da meta do governo para este ano, de 4,5 por cento com tolerância de 2 pontos percentuais.
As expectativas em pesquisa da Reuters junto a economistas eram de que o IPCA subisse 0,37 por cento na comparação com o mês anterior e 8,87 por cento em 12 meses.
“O IPCA mostra tendência de desacelaração mais consolidada. A insistência na (alta nos preços de) alimentos ainda segura essa trajetória, que depende muito de clima e de oferta”, resumiu a economista do IBGE Eulina Nunes dos Santos.